Sheik revela mágoa e diz que deixa o Corinthians por “notícias erradas”
Como coordenador de futebol do Corinthians, Emerson Sheik concedeu apenas duas entrevistas coletivas. Uma para ser apresentando e a outra nessa terça-feira, para se despedir. Um dos maiores ídolos da história do clube pediu demissão do cargo nesta segunda e aproveitou o momento para falar sobre uma mágoa que o forçou a largar o projeto como dirigente.
“O futebol tem uma cultura no Brasil de que alguém tem que, não sei se a palavra certa é pagar, mas ouvi algumas coisas com meu nome, isso me preocupou bastante. Tenho uma história linda como atleta, tudo que saiu não foram informações verdadeiras, posso garantir isso, histórias criadas, por quem não sei. Isso me incomodou bastante. O torcedor chegou a vir na porta do CT com uma faixa com meu nome, pedindo minha saída, e eu nem jogando estava”, desabafou.
“Entendi que já não estava colaborando mais. Chegou um momento que eu entendo que já não poderia mais ajudar e decidi sair”, continuou, estendendo todo seu incômodo.
“Muitos profissionais aqui têm família, mãe, irmãos, e às vezes uma informação errada magoa. Minha mãe chamou atenção, meu filho, de 12 anos, mandando mensagem para mim, e eu prego uma situação na minha casa e daqui a pouco está saindo notícias completamente duvidosas sobre meu caráter”, afirmou.
“Informações completamente erradas. É um absurdo, tem que buscar se é verdade. Não adianta alguém te ligar e falar, “chegou atrasado”, “chegou bêbado”. Estou te olhando, mas isso serve para todos”, disse Sheik para um jornalista presente na sala de imprensa.
“Talvez se eu tivesse uma aproximação maior (com os jornalistas) isso seria diferente, não sei se mudaria, mas quando chegar uma informação, checa, porque tudo que saiu é mentira”.
Emerson Sheik não quis falar sobre os problemas que teve para administrar a situação de Fábio Carille nos últimos meses e também não revelou qual será o rumo de sua carreira. O ex-coordenador de futebol do Corinthians aproveitou a coletiva quase que exclusivamente para agradecer aos companheiros e deixar sua mágoa em destaque.
“Meu relacionamento com atletas e dentro do clube é maravilhoso, quem ousou falar errou muito. Imagina que há 13 meses eu estava dentro do vestiário com os caras. Fim do ano passado a gente estava brigando, união absurda”.
“Me incomodou o fato da torcida me cobrar com as faixas. Dentro de campo acho que não deixei nada a desejar, fora de campo fiz tudo que pude, sempre muito próximo do Duílio, do Andrés, do Fábio. Não quero atrapalhar. Uma vez que as pessoas criam essas situações, vejo que minha presença não vai agregar, então, prefiro sair, porque quero o Corinthians voando”.
Sheik também garantiu que aprendeu mais em 11 meses como dirigente no Corinthians do que em mais de 20 anos de carreira como jogador, e aproveitou para deixar o clube “pela porta da frente”, apesar da chateação evidente.
“A ideia de vir aqui hoje é agradecer também, não só esses 11 meses de participação na diretoria do Corinthians, pra mim a maior do Brasil, mas também para agradecer o encerramento da minha carreira e na sequência já assumir um cargo tão desejado, agradecer ao Duílio, que está aqui ao lado, o presidente Andrés, cara que tenho carinho imenso, agradecer a instituição Corinthians, todo torcedor corintiano, obviamente imaginávamos que fosse por um tempo maior, mas não foi assim que aconteceu, vida que segue, assim como nas outras oportunidades, saio deixando amigos, pela porta da frente”, conclui.