Tiago Nunes chegou ao Corinthians depois de temporadas de sucesso no Athletico-PR. Noves meses depois de sua contratação, porém, o técnico acabou demitido diante de um retrospecto nada positivo: dez vitórias, dez empates, oito derrotas e uma eliminação logo na fase preliminar da Copa Libertadores da América.
“Tudo gira em torno da expectativa. Havia uma expectativa muito alto em cima da mudança e esperam que seja rapidamente. Especificamente no Corinthians, fui convidado para participar de uma mudança de filosofia e ideia de jogo. Não era uma cobrança interna no Corinthians, mas sim externa também. Como qualquer ruptura, você tem que tomar medidas impopulares”, comentou o técnico ao Sportv.
“As medidas impopulares foram a liberação de jogadores que eram ídolos como Ralf e Jadson, parece que fui eu que enfiei o pé na corda e exigi a saída deles”.
Tiago Nunes não conseguiu colocar em prática seu plano de jogo e também teve dificuldades para lidar com o ambiente, novo para ele, com mais pressão e, principalmente, repercussão. Nesta terça, o treinador lamentou a falta de paciência do clube para tornar a mudança desejada possível.
“Trouxe jogadores com perfil antagônicos, para gerar essa ideia inicial, mas somado a alguns fatores, um ano eleitoral, a questão da pandemia, em que houve uma divisão do meu trabalho. O que senti é que havia vontade pela mudança, mas tinha que ser acompanhada por resultados”.
“Foi perguntado se eu sabia dos problemas financeiros. A questão é que não me falaram que não havia potencial de investimento. Todos os clubes são endividados. Eu pensava em jogadores de velocidade e da Europa, pois o comparativo era o Flamengo. Precisava de jogadores com maior capacidade de decisão de jogo, do meio pra frente”.
Mesmo com dificuldade no fluxo de caixa, o Corinthians adiantou valores junto ao Banco BMG, um de seus patrocinadores, e contratou Luan por quase R$ 23 milhões. Na prática, porém, o camisa 7 não conseguiu, até hoje, justificar o investimento.
“Luan acabou virando figura pública, criou-se grande expectativa, esperava-se coisas mágicas, que resolvesse coisas sozinhas. Ele se destacou no Grêmio, que era muito bom e ele era engrenagem. Ele não é de velocidade, de contato físico, mas sim de volume de jogo. Não tem intensidade alta. Ele precisa de um jogo cadenciado, de toque. Quando me passaram nome dele, achei que poderia ser um diferencial. Potencial técnico é muito bom, mas não tive a competência necessária para potencializá-lo ao máximo, como ocorreu no Grêmio”.
Tiago Nunes segue em clube e disponível no mercado.