Viva a revolução 'Matheusiana'!
Com a vitória de 1 a 0 contra o Botafogo-SP na noite desta sexta-feira (29), o Operário Ferroviário fechou sua participação na Série B com chave de ouro: 57 pontos no total, cinco vitórias nos últimos seis jogos e a segunda melhor campanha do returno do Brasileirão. A arrancada do Fantasma na reta final da competição nacional coincide com a evolução do trabalho do técnico Matheus Costa, que aos poucos se sentiu em casa no alvinegro de Vila Oficinas e ganhou a confiança do elenco, diretoria e torcida ponta-grossense.
Matheus chegou ao Operário numa verdadeira ‘roubada’: time estacionado na metade da tabela, começando a se aproximar da zona de rebaixamento, e com a sombra do recém-demitido Gerson Gusmão – o mais vitorioso da história do clube. Quer mais? Surto de Covid-19 na semana em que chega o novo comandante e vários problemas para escalar o time numa estreia contra a líder Chapecoense, fora de casa.
Era óbvio que seria preciso pelo menos um pouco de tempo para o trabalho engrenar, e mesmo assim a impressão no duelo contra os catarinenses foi boa. O returno chegou e o Fantasma ainda se mostrava uma equipe instável, mesmo que algumas atuações viessem acompanhadas de um alento ao torcedor; fato é que, nas últimas seis rodadas, o alvinegro passou de uma equipe que buscava os 45 pontos o mais rápido possível a um postulante real ao acesso. Ah se não fosse o juizão em Belo Horizonte!
E qual é o motivo desse crescimento? Com a palavra o próprio Matheus Costa, que conversou conosco na entrevista coletiva após a vitória em Ribeirão Preto. “Foi um trabalho sólido, consistente, mas nada disso seria possível se não fosse todos do clube participaram desse processo. O Operário aprendeu a vencer nessa reta final, são jogos muito equilibrados, muito difíceis, e tem momentos que nós precisamos saber vencer. Às vezes não vai se jogar o melhor futebol possível, ou vai ter que se expôr e buscar o resultado a todo momento, e a gente tem que saber jogar todas essas partidas. Temos um grupo muito consciente daquilo que está buscando”, ressaltou o comandante.
Mais do que isso, era perceptível mesmo para quem não vive o dia-a-dia do clube de que Matheus Costa ganhou a confiança dos atletas e de todo o grupo envolvido com o alvinegro, o que fez com o time em campo, a medida em que se havia tempo para preparação (dentro das severas dificuldades impostas pelo calendário), mostrasse uma evolução técnica e um entendimento da filosofia de jogo do novo comandante. Também é importante ressaltar o trabalho de toda a comissão técnica, juntamente com os profissionais que vieram ao lado de Matheus: o preparador físico Rodolfo Mehl e o auxiliar técnico Leandro Niehuels,.
Além das palavras do comandante, que já renovou vínculo com o Operário Ferroviário para a próxima temporada, é fundamental ressaltar a importância de peças que chegaram ao elenco e justificaram a aposta da diretoria alvinegra, casos principalmente de Rafael Oller e Ricardo Bueno. Alias, o departamento de futebol ganhou e muito com a chegada do novo gerente Daniel Kaminski, que trouxe consigo a experiência do Paraná Clube e famosa ‘agenda’ de contatos no mundo da bola, tão famosa nos bastidores do futebol.
Por essas e outras, seguindo a moda dos elogios superlativos aos trabalhos de técnicos no futebol brasileiro, mas com o jeito Operário Ferroviário de torcer, eu digo: viva a revolução ‘Matheusiana’. Saudações alvinegras e até a próxima!