NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE avançaram nesta quarta-feira, diante do maior apetite por risco nos mercados financeiros, o que amenizou as notícias sobre a crescente produção do adoçante no Brasil.

O café também fechou em alta, com os futuros do arábica avançando pela primeira vez em cinco sessões.

AÇÚCAR

* O contrato outubro do açúcar bruto fechou em alta de 0,1 centavo de dólar, ou 0,8%, a 12,84 centavos de dólar por libra-peso, voltando a se aproximar da máxima de cinco meses registrada na sexta-feira (13 centavos).

* Operadores disseram que o mercado parece estar preso a um intervalo, mas com viés de alta, já que especuladores estão empenhados em aumentar as posições compradas em meio à melhora do humor nos mercados financeiros.

* Ainda assim, os ganhos do açúcar seguem limitados pelo excesso de oferta. A produção do adoçante no centro-sul do Brasil avançou 37% na segunda quinzena de julho ante igual período do ano passado, para 3,41 milhões de toneladas.

* “A determinação dos agentes financeiros em apostar em uma nova alta nos preços do açúcar é impressionante. O Brasil está prestes a produzir 10 milhões de toneladas a mais do que o esperado no inverno passado”, disse a consultoria Agritel em nota.

* O açúcar branco para outubro avançou 3,30 dólares, ou 0,9%, para 375,20 dólares por tonelada.

CAFÉ

* O contrato dezembro do café arábica fechou em alta de 0,65 centavo de dólar, ou 0,6%, a 1,1425 dólar por libra-peso, interrompendo a sequência de quatro quedas consecutivas –movimento que derrubou o contrato da máxima de quatro meses e meio atingida na semana passada.

* O café tem sido pressionado pela desvalorização do real no Brasil e pela safra abundante do país, embora haja preocupações cada vez maiores com a redução nos estoques certificados pela ICE.

* Também há temores relacionados ao tempo seco no Brasil, que pode afetar as perspectivas para a próxima safra.

* O café robusta para novembro avançou 5 dólares, ou 0,4%, para 1.342 dólares a tonelada.

* O Vietnã, maior produtor global de café robusta, exportou 1,83 milhão de sacas de 60 quilos em julho, queda de 13,8% ante junho. No acumulado do ano, os embarques têm recuo de 1,1% versus igual período de 2019.

(Reportagem de Marcelo Teixeira)