De seca a temporal: produtores vem enfrentando grandes dificuldades na safra deste ano

por Caroline Maltaca
com informações da Ric Record TV / supervisão da editora Giselle Ulbrich
Publicado em 31 maio 2021, às 19h41.

Os agricultores panaenses estão sofrendo com as instabilidades climáticas dos últimos meses. Primeiro, a seca intensa e a dúvida de quando começar o plantio nesta safra. Agora, os temporais e as geadas dos últimos dias.

Mesmo que no início, os sinais de chuva trouxeram aos agricultores mais confiança de uma boa produção, com o milho já em pleno desenvolvimento. Mas a instabilidade climática voltou a aparecer, deixando destruição e preocupação.

Em algumas cidades do oeste do estado é possível observar muitas lavouras com o plantio de milho deitado e as hortaliças queimadas. Isso são sinais de apenas uma safra que já passou por seca, temporal e ventos fortes em tão pouco tempo.

Mesmo ainda estando longe da colheita, já tem produtor que perdeu 100% da lavoura.

“Tivemos um prejuízo significativo na produção do milho novamente este ano. O produtor de milho vai para duas, três safras passando por dificuldade”,

explica o meteorologista Reginaldo Ferreira.

De acordo com o Engenheiro Agrícola Flávio Gurgacz, o problema agora são as folhas queimadas. Devido as baixas temperaturas e as geadas, tal situação é prejudicial, principalmente neste momento, por ser a época onde as sementes estão em pleno desenvolvimento.

“Se acontecer a geada na planta, então para de acontecer a translocação dos nutrientes, como consequência, temos uma redução na qualidade desse grão mesmo que ele já esteja quase formado. Isso porque ele perde peso, perde amido, então acaba sendo prejudicado”,

Explica Gurgacz.

Mais geada vindo aí

Segundo o meteorologista Reginaldo Ferreira, em junho há a possibilidade mais frentes frias, até o fim do mês, com possibilidade de nova geada, assim como as do mês de maio.

Há também grandes expectativas em relação a um volume de chuva significativo. Entretanto, Ferreira já avisa que será insuficiente para reparar a crise hídrica dos rios e lagos.

Diante de um cenário com tantas preocupações, resta aos produtores contar com a sorte.

“Nós estamos tomando o devido cuidado agora, organizando sombrites, molhando [o plantio] na madrugada, pra evitar realmente aquela casca de gelo que mata as folhagens. Estamos usando os meios mais naturais, ate por conta da nossa ética de produção – produção mais orgânica – para que a gente não perca os nossos produtos”.

Explicou o produtor Paulo Teixeira