Geada afeta produção agrícola no Paraná e estados vizinhos

por Reuters
Com informações de Samora; edição de Rafaella Barros
Publicado em 19 ago 2022, às 14h45. Atualizado às 14h46.

A ocorrência de geadas que atingiram o Rio Grande do Sul e o Paraná, nesta sexta-feira (19), afetaram áreas de trigo – o fenômeno passou pontualmente na região sudeste – Os territórios prejudicados devem responder por mais de 85% da safra brasileira em 2022, disseram representantes de órgãos oficiais dos dois Estados.

Pela estimativa atual, o Brasil deve colher um recorde de mais de 9 milhões de toneladas do cereal neste ano. Porém, o volume eventualmente pode ser reduzido na hipótese de danos serem confirmados.

Conforme o o diretor técnico da empresa de assistência técnica gaúcha Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Alencar Rugeri, as geadas atingiram áreas com trigo em fases mais suscetíveis a perdas, como floração e enchimento de grãos. Ele ainda ressaltou ue por ora é difícil mensurar o tamanho da região atingida ou eventuais perdas.

“Ainda não tem como avaliar o impacto no momento. Precisa alguns dias para verificar/certificar as perdas”,

afirmou ele à Reuters.

Meteorologistas já vinham alertando sobre as geadas e os riscos para trigo, alertando que o estágio da lavoura e o local das geadas influenciam nos danos.

Paraná

No Paraná, com safra estimada pela Conab em 3,9 milhões de toneladas, “as primeiras notícias indicam que hoje foi relativamente tranquilo”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Dera), referindo-se ao sudoeste, onde mais áreas estão suscetíveis.

“Teve geadas mais pontuais, até pela umidade do solo, não deve ter tido problemas hoje, mas amanhã as geadas devem retornar, e com isso temos de esperar um pouco”,

comentou.

O agrônomo disse que o trigo plantado mais a sudoeste, em municípios como Laranjeiras do Sul, Francisco Beltrão, Pato Branco, pode sofrer perdas “significativas”, se a geada for forte.

No caso do milho do Paraná, as geadas não impactam a produção, uma vez que a maior parte das lavouras está próxima da colheita.

“Geadas não têm potencial de impacto para o milho nesta fase, ao contrário, podem ajudar a acelerar a maturação da planta”,

explicou Edmar Gervásio, do Departamento de Economia Rural (Deral).

Além disso, o Estado já colheu cerca de 80% de sua segunda safra de milho.

“Esta semana a colheita foi mais lenta por causa da chuva que tivemos no inicio da semana. Entre hoje e amanhã os trabalhos de campo devem retornar com mais intensidade.”

Rio Grande so Sul

No Rio Grande do Sul, com safra estimada pela estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 4 milhões de toneladas, 9% das áreas estão em floração e 1% em enchimento de grãos, fases em que as geadas provocam mais perdas, segundo a Emater. O restante está em desenvolvimento vegetativo e germinação, menos sujeitas a problemas.