Um dos principais questionamentos da população, depois do trágico acidente na BR-277 no domingo (2), foi sobre a atuação da Ecovia, concessionária responsável pelo trecho. Muita gente criticou a situação e questionou se a concessionária não poderia ter fechado a rodovia para impedir que acidentes acontecessem.

Na madrugada desta terça-feira (4), a rodovia ficou bloqueada por várias horas na altura de São José dos Pinhais por causa da fumaça e do nevoeiro. O trecho foi o mesmo em que as oito pessoas morreram no engavetamento. 

Para explicar a atuação da Ecovia, Marcelo Belão, gerente e representante da concessionária, foi até o Balanço Geral Curitiba. Segundo ele, uma equipe da Ecovia já estava trabalhando na situação, mas no sentido contrário ao que aconteceu o acidente.

“Nossa viatura de inspeção, que monitora a rodovia, identificou a situação da visibilidade por causa da fumaça e da inversão térmica, da neblina. Isso por volta das 22h08. Estávamos monitorando aquele local“, disse Marcelo.

Segundo o representante da Ecovia, “como procedimento, a equipe parou e iniciou a sinalização, que consiste em redução de velocidade com gestual e dispositivos luminosos, isso no sentido a Curitiba“.

Enquanto atuava na sinalização também do final da fila que se formou no sentido a Curitiba, a equipe da Ecovia pediu apoio dos Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

“No lapso temporal de sinalização do sentido a Curitiba, houve o primeiro acidente, no outro sentido, o rumo ao litoral“, disse o representante da Ecovia.

O gerente da Ecovia explicou que, ao longo de todo o mês de julho, a concessionária já vinha monitorando o trecho por causa da queimada no terreno. “Aquela área já está queimada há muito tempo, por causa da estiagem. Estávamos monitorando tudo isso. Houve mudança abrupta na condição de visibilidade“.

Segundo Marcelo Belão, a rodovia até poderia ter sido bloqueada, mas isso precisaria apoio à equipe da Ecovia. “O bloqueio da rodovia, como foi feito nesta madrugada, é possível. Porém tem que ser feito com a PRF e mais recursos, porque bloquear a rodovia tem que ser garantida a segurança de quem se aproxima e de todas as outras condições”, justificou.