A política de valorização do salário mínimo, implantada em 2004 pelo governo do PT, não deve ter continuidade durante o mandato de Jair Bolsonaro. Em proposta oferecida ao Congresso nesta segunda-feira (15), foi sugerido pelo governo federal que o salário mínimo seja corrigido apenas pela inflação em 2020.

Com isso, a correção para o próximo ano seria de 4,2%, passando dos atuais R$ 998 para R$ 1.040.

Antes da aprovação, a medida depende do aval do Congresso. No cálculo vigente até janeiro de 2019, o valor da correção do salário mínimo levava em conta além da inflação, o percentual do PIB dos últimos dois anos.

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Lei garantia aumento real no salário mínimo

A política de correção levando em conta o PIB vigorou entre os anos de 2011 e 2019. Entretanto, nem sempre houve reajuste além da inflação. Nos anos de 2017 e 2018, por exemplo, como o PIB teve retração, o aumento no salário mínimo foi apenas o valor da inflação.

Esta política de valorização do salário mínimo, que foi transformada em lei no mandato de Dilma Rousseff (PT), teve a validade encerrada em janeiro deste ano. Com isso, o novo governo propôs alterações.

Salário mínimo ultrapassará a marca de R$ 1.000

O governo do presidente Jair Bolsonaro projetou os valores do salário mínimo até o ano de 2022. Com o reajuste baseado na inflação, em 2020, pela primeira vez, o salário dos trabalhadores ultrapassará a marca dos R$ 1.000, chegando a R$ 1.040. Em 2021 o valor deve ser de R$ 1.082 e em 2022 com a correção chegará a R$ 1.123.

A proposta faz parte do planejamento para aliviar as contas públicas. A correção no salário mínimo reajusta automaticamente os benefícios previdenciários. De acordo com cálculos da equipe de economia, para cada R$ 1,00 de aumento no valor do mínimo, o governo amplia cerca de R$ 300 milhões nas despesas anuais.