Polêmicas, recuos e demissões marcam gestão do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez

Publicado em 9 abr 2019, às 00h00.

Durou apenas 98 dias a gestão do ministro Ricardo Vélez Rodriguez a frente do Ministério da Educação (MEC). Nesta segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro, que havia tomado posse dia 1º de janeiro, e anunciou Abraham Weintraub para o cargo. Entretanto, apesar de curta, a passagem de Vélez gerou muitas polêmicas.

A saída do ministro já era esperada, principalmente após o pronunciamentos do presidente na última sexta-feira (5). Jair Bolsonaro reconheceu que a avaliação do trabalho de Vélez à frente do Ministério da Educação é ruim. “Tá bastante claro que não está dando certo o ministro Vélez”, disse Bolsonaro.

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Relembre algumas das polêmicas do ex-ministro Ricardo Vélez em sua gestão.

Presença de publicidade em obras didádicas

Em uma alteração no edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), Vélez retirou a restrição que proibia a presença de publicidade nas obras didáticas. Além disso, excluiu a responsabilidade das obras em apoiar no combate à violência contra a mulher e promover a cultura quilombola. As alterações foram revistas e o MEC recuou.

Universidade para todos não existe

Em entrevista dada ao jornal Valor, Vélez defendeu que a manutenção do ensino técnico era um dos principais pilares da Reforma do Ensino Médio. De acordo com o ex-ministro, por ter um custo financeiro mais baixo que o ensino superior, o retorno financeiro dos cursos técnicos é maior e mais imediato.

Para Vélez, as universidades deveriam ficar reservadas para uma elite intelectual. O ex-ministro também defendia a diminuição do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Hino Nacional nas escolas

Outro episódio de grande repercussão envolvendo Vélez, foi a carta as escolas solicitando que fosse executado o Hino Nacional e que funcionários gravassem com o celular os alunos cantando. Na carta também continha uma mensagem do ex-ministro e no final o slogan da campanha de Jair Bolsonaro.

Novamente o MEC recuou e se posicionou alegando que as gravações eram voluntárias e não obrigatórias. Dias depois, o ministério desistiu de pedir os vídeos.

Revisão sobre o golpe de 1964

Na última quarta-feira (3), Vélez voltou aos noticiários ao anunciar a revisão dos livros didáticos que tratam a mudança de regime de 1964 como golpe. A declaração ocorreu em uma entrevista ao jornal Valor Econômico.

Vélez acredita que em 1964 houve uma “mudança de tipo institucional”. Além disso, afirma que a posse do general Castello Branco não seria ditadura, e sim um “regime democrático de força”.

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