Polêmica: 'Esperava mais respeito e gratidão', diz Joice Hasselmann
Destituída da posição de líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro usou a Presidência da República para interferir no Legislativo (veja abaixo entrevista). “O próprio presidente estava ligando e pressionando deputados para assinar uma lista”, disse,em referência à tentativa do presidente de fazer seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), líder da bancada do PSL na Câmara.
Joice Hasselmann deixa liderança no Congresso
Em um tuíte, a deputada e ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), se despediu do cargo que ocupava.
“Deixo a liderança no Congresso com dever cumprido”, escreveu a deputada.
Hasselmann diz não se importar com o que considerou “ingratidão”, disse ter “couro duro” e que irá seguir “apoiando o Brasil”.
A deputada foi destituída da função de líder do governo no Congresso após disputa entre alas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro e o grupo que se mantém fiel ao presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). Quem deve assumir a função, é o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Não nasci líder, não preciso disso. Trabalhei 20h por dia para salvar o governo de crises, aprovar pautas importantes para o país, apagar incêndios durante todos esses meses. Agora ganho minha alforria e mais tempo para cuidar do meu mandato e da minha candidatura à prefeitura
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) October 17, 2019
‘Já esperava como retaliação’, diz deputada
- A sra. esperava ser afastada da liderança do governo?
Já esperava como retaliação, mas com um pouco mais de respeito, fidalguia e gratidão por todo esse tempo que eu me dediquei. Afinal de contas, carreguei muitas coisas nas costas, apaguei incêndios e atuei para construir pontes quando o governo atuou para implodir. Mas sabia que a gratidão não está entre as qualidades que cercam o presidente.
- Já pensava em deixar o cargo?
Na semana passada, comuniquei ao meu partido que eu mesma deixaria a liderança. A Presidência da República estava sendo usada para interferir em outro poder, que é o Legislativo. O próprio presidente estava ligando e pressionando deputados para assinar uma lista.
- Por que não assinou a lista de Bolsonaro que pedia para Eduardo ser o novo líder?
Eduardo seria o pior dos líderes. Ele não é nada conciliador.
- Como deve ser a atuação da senhora a partir de agora?
Vou continuar minha luta no combate à corrupção. Vou continuar apoiando o presidente nas pautas em que ele realmente estiver ao lado do Brasil. Vou me dedicar ainda mais pelo mandato e à campanha pela Prefeitura de SP.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.