Cineastas curitibanos reclamam que são ignorados por Greca
O setor cultural de Curitiba não está feliz com prefeito Rafael Greca (PSD). Cineastas locais reclamam que Greca faz promessas vazias à produtores curitibanos e destina sua total atenção para nomes de fora do Paraná.
Um exemplo foi o lançamento, na semana passada, da “Curitiba Film Comission”, que segundo a administração municipal, terá a atribuição de incentivar, estimular e apoiar a produção audiovisual cinematográfica, televisiva ou publicitária em locais públicos, favorecendo produções nacionais e internacionais com objetivo de desenvolver o turismo, gerar emprego e renda para artistas, técnicos e prestadores de serviço.
Apesar das boas intensões contidas na sinopse do projeto, Greca parece ter esquecido cineastas locais e convidou o cineasta nacional Bruno Barreto para o lançamento. O carioca mostrou um sucesso antigo dele ,de 1976, Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Do outro lado, cineastas curitibanos foram barrados na porta do evento. Lucas Estevan Soares, que até o último fim de semana estava com seu primeiro longa-metragem, Coração de Neon, produção 100% curitibana, em cartaz nos cinemas de todo o Brasil, não entrou no lista seleta do evento, foi proibido de protestar e ainda teve o carro multado.
Promessas não cumpridas
No ano passado, Soares bateu na porta da prefeitura e se reuniu com o Greca. Amante das coisas locais, profundo conhecedor de tudo o que é de Curitiba, o prefeito pareceu ter se empolgado com a produção curitibana. Pediu ao cineasta que mudasse até a data de lançamento do filme, de fevereiro para março, como forma de abrir as festividades de aniversário de Curitiba, que está completando 330 anos. Foi atendido.
Os meses passaram e as promessas de Greca não se cumpriram. De repente, Soares foi surpreendido pela “Curitiba Film Comission”, que além de ter ignorado os artistas e produtores locais, sequer convidou Lucas para o lançamento da novidade.
Revoltado, Soares soltou o verbo nas redes sociais. “Nem precisaria ser o Coração de Neon. Afinal, quantos outros filmes e produções curitibanas ou paranaenses fizeram sucesso por aí, como Estômago, Oriundi, a série sobre a Lava Jato na Netflix [O Mecanismo].” reclamou o cineasta, que completou: “Quantos outros nomes curitibanos a serem exaltados, como por exemplo Ulisses Galetto, Gil Baroni, Paulo Biscaia, Juliana Sanson, Heloisa Passos e Aly Muritiba”.
O curitibano ressalta que não tem nada contra o Bruno Barreto, mas cobra de Greca mais apoio ao setor artístico da cidade.