Festival leva peças gratuitas a espaços públicos de Curitiba
Praças, parques e ruas até também serão palcos do 30° Festival de Curitiba. A mostra Festival na Rua pretende transformar locais públicos da capital e da Região Metropolitana (RMC) em espaços de difusão de arte e cultura, com eventos totalmente gratuitos. “É a arte ao alcance de todos”, frisa a organização do Festival.
O Festival na Rua conta com um total de 130 apresentações, promovidas por 60 companhias locais em 11 espaços diferentes. A novidade deste ano é que quatro espaços terão estrutura de palco, com iluminação e sonorização. São eles: Ruínas São Francisco, Praça Santos Andrade, Centro Cultural do Boqueirão e Praça Rui Barbosa.
Outros seis espaços também devem receber apresentações: Calçadão e Parque de São José dos Pinhais; Praça da Bíblia, em Araucária; além de Largo da Ordem, Centro Pop Plinio Tourinho, Parque Barigui e Boca Maldita, em Curitiba.
“O Festival na Rua busca a democratização da cultura, pois não há cobrança de ingressos e acomodamos maior número de pessoas de maneira acessível a todas as classes sociais”,
relata a coordenadora da mostra, Carol Scabora.
O evento terá a participação de companhias locais, com mais de 400 artistas e cerca de 50 pessoas na organização. O objetivo, segundo o Festivam, é estimular a economia criativa na Grande Curitiba.
“O conceito é ser democrático e buscamos dar espaço ao maior número de companhias possível. O festival abriga companhias profissionais com mais de 10 anos atuando, bem como grupos mais novos”,
destaca a produtora Iara Elliz.
Atrações premiadas
Na mostra, há peças e artistas vencedores de prêmios conceituados do teatro e destaques da cultura nacional. É o o caso do espetáculo de estreia “Roberta, uma Ópera Rock”, que tem na direção artística Nena Inoue, vencedora do Prêmio Shell, e composição e direção musical do maestro Alessandro Sangiorgi.
A estreia deve acontecer no dia 1° de abril, às 19h30, na Praça Santos Andrade. Ao todo, “Roberta, uma Ópera Rock” terá sete apresentações gratuitas ao ar livre até o dia 9, na Praça Santos Andrade e também no Centro Cultural Boqueirão.
O espetáculo mostra a trajetória de um grupo de jovens da década de 80 que percorriam as ruas da cidade à procura de respostas para seus dilemas. A peça é uma tragédia contemporânea e mistura linguagens da ópera clássica e do rock n’ roll para abordar o amor, o uso de drogas na juventude e suas consequências.
Outra peça premiada é a “Hi, Breasil!”, ganhadora do Gralha Azul. A apresentação estreia no dia 2 de abril, às 17h, na Boca Maldita e terá outras duas apresentações: dia 3, na Praça Santos Andrade, às 14h30, e dia 9, no Parque Barigui, às 18h.
“Hi Breasil” é a terra de um professor, uma mãe, uma atriz, uma jovem e um peixe que, por medo de ser fisgado, nada. É uma terra construída que une o real ao ficcional, o presente e passado e eclode em momentos de realidades poéticas.
Tradição no Festival de Rua
A programação também terá a participação de companhias que tradicionalmente se apresentam no Festival de Curitiba, como a Cia. Máscaras de Teatro, comandada pelo ator e dramaturgo João Luiz Fiani, que participa do evento desde 1998.
Para Fiani, o teatro na rua é a essência mais pura das artes cênicas.
“O Festival, ao levar o teatro para rua, está elevando o nível do festival a um momento único, de aproximação popular. É uma energia verdadeira e sincera. Um renascimento para celebrar o momento de retorno à normalidade. Celebrar o teatro e a vida!”.
A companhia apresentará, nos dias 5 e 6, às 16h, nas Ruínas São Francisco, o musical para crianças “A Cigarra e a Formiga”, levando ao palco uma das fábulas mais clássicas da literatura mundial.
O Teatro Rodrigo D’Oliveira também marca presença com frequência no Festival. Neste ano, a companhia promove a peça “Tintino, o espetáculo continua…” nos dias 8 e 9 de abril, nas Ruínas São Francisco.
A história aborda a vida do palhaço Tintino, da infância à velhice. Ele, que ao longo dos anos alegrou a vida de outras pessoas, ao envelhecer é esquecido.
“O Festival de Teatro de Curitiba sempre foi o pontapé inicial das temporadas do ano nos teatros de Curitiba. E agora pode ser também o pontapé inicial da retomada do teatro presencial”,
afirma o diretor do teatro, Rodrigo D’Oliveira.
Adaptação
A maioria das cerca de 60 peças presentes no Festival de Rua foi planejada, inicialmente, para o palco, o que requer diversos cuidados na adaptação para as ruas. Algumas foram feitas para a exibição online por conta da pandemia, e agora ganham montagem especial na rua.
Acessibilidade
O Festival conta com o recurso de audiodescrição nas seguintes peças:
- “Tupi Pererê” (dias 02 e 03/04, às 11h, na Praça Santos Andrade);
- “Negro não Nego” (no dia 7, às 16h, no dia 8, às 12h e no dia 09, às 20h, nas Ruínas São Francisco);
- “Pitombas do amor” (no dia 7, às 18h30 e no dia 8, às 12h30, no Palco Boca Maldita e Praça General Osório);
Já na lista de espetáculos com acessibilidade em libras, a mostra oferece:
- “Bamberê”, nos dias 08 e 09/04, às14h30, na Praça Santos Andrade);
- “Aqui é minha casa” (nos dias 7,8 e 9, às 19h30, na Praça Santos Andrade);
- “Fandango” (dias 2 e 3, às 15h, no Palco Boca Maldita – Praça General Osório);
- “Fome” (no dia 6, às 16h30 e 19h30, na Praça Santos Andrade).
O espetáculo “Astrocirco” terá tanto libras, quanto audiodescrição (no dia 4, às 10h e às 14h, no Parque Cachoeira).
Confira a lista dos espaços com endereço:
- Largo da Ordem (Rua Cel. Enéas, S/N – São Francisco)
- Praça Rui Barbosa (Rua André de Barros, S/N – Centro)
- Praça Santos Andrade (Travessa Alfredo Bufren, S/N – Centro)
- Centro Cultural de Boqueirão (Rua José Guercheski, 281)
- Calçadão de São José dos Pinhais (Rua XV de Novembro – Centro)
- Centro Pop Plínio Tourinho (Rua Engenheiro Rebouças, 845 – Jardim Botânico)
- Praça da Bíblia (Rua Nossa Senhora dos Remédios – Fazenda Velha, Araucária
- Praça General Osório (Rua Voluntários da Pátria, S/N – Centro)
- Praça João Candido (Rua Jaime Reis, S/N – Centro)