Santuário ecológico tem dunas, lagoas, manguezais e cenários paradisíacos. (Foto: Reprodução/Blog do Arthur Veríssimo)

O santuário ecológico abrange uma área de 155 mil hectares de dunas, lagoas, manguezais e cenários paradisíacos

A viagem de São Luiz (capital do Maranhão) a Barreirinhas – porta de entrada para o espetacular Parque Nacional de Lençóis Maranhenses – é de três a quatro horas de carro ou ônibus. O santuário ecológico abrange uma área de 155 mil hectares de dunas, lagoas, manguezais e cenários paradisíacos.

Na primeira vez em que estive na região naveguei o Rio Preguiças de Barreirinhas até as proximidades do imponente farol de Mandacaru que desde 1940 auxilia a navegação no litoral maranhense. São exatamente 40 km de Barreirinhas ao seu final no encontro com o Oceano Atlântico.

A paisagem é emoldurada por igarapés encantados e diversos tipos de palmeiras de buriti, açaí, carnaúba e babaçu. O vilarejo é um paraíso de tranqüilidade e os moradores vivem em completa sintonia com a natureza.

Chega se ao paraíso de veículo 4×4, jegue ou a pé. (Foto: Reprodução/Blog do Arthur Veríssimo)

Vale a pena subir os 160 degraus dos 35 metros do farol. A vista panorâmica do mar, rio e Lençóis deixam qualquer criatura em estado de êxtase. No povoado fui convidado a mergulhar literalmente nas vísceras do mangue a caça de caranguejos. Depois de alguns perrengues saí vitorioso com dois caranguejos devidamente amarrados na imbirra que é a fibra da carnaúba. Nesta época aproveitei e percorri muitas dunas e lagoas em um off-road fascinante.

Existem três maneiras de conhecer as dunas, lagoas e povoados de Lençóis: com um bom veículo 4×4, de jegue ou a pé. Devido ao incessante movimento dos ventos, as dunas e lagoas mudam de formação repentinamente, sendo imprescindível um guia local para acompanhar na exploração.

Na segunda oportunidade, decidi fazer um trekking e conhecer os oásis dos povoados de Queimada dos Britos e Baixa Grande. Na caminhada sai do vilarejo de Atins e fomos cortando o Parque nacional. Minha equipe era composta por um casal de amigos, dois jegues, dois guias e  água e comida para toda a travessia.

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Na época da minha visita a luz elétrica ainda não havia aparecido e a única luz era da Lua e das lamparinas.(Foto: Reprodução/Blog do Arthur Veríssimo)

Subíamos e descíamos dunas de 30 a 40 metros e mergulhamos em piscinas de tonalidades do azul ao verde. Foram sete horas de romaria idílica. A localidade de Queimada dos Britos é um verdadeiro oásis. Cerca de 120 pessoas vivem naquele espaço parado no tempo. Na época da minha visita a luz elétrica ainda não havia aparecido e a única luz era da Lua e das lamparinas.

Ficamos na casa de seu J.Brito, parente do fundador de Queimada, Manuel Brito. Ou melhor, todas as famílias na vila fazem parte do clã dos Britos. Os moradores vivem da pesca e da criação de bode, galinha e vaca. Na manhã seguinte, caminhamos mais 6 horas até a outra extremidade no município de Santo Amaro que possui 17 mil habitantes. Não deixe de usar o protetor solar, o vento engana e você pode ficar roxo feito o caldo do açaí. De lá retornamos a Barreirrinhas em um veículo 4×4.

Percorremos o circuito de 100 km em 5 horas com direito a muitas paradas, paisagens cinematográficas, fotos e banhos purificadores. Tendo oportunidade não deixe de conhecer este paraíso no planeta abençoado pela natureza.

*Do Blog do Arthur Veríssimo, via R7