5 cuidados básicos para ter um coelho como pet
Os coelhos estão entre os animais de estimação mais queridos dos brasileiros. Não é para menos. Seu temperamento dócil e sua feição fofa conquistam todos que desejam ter um pet brincalhão e amável. Mas será que esse bichinho tem suas necessidades essenciais assistidas de forma correta por seus tutores? Para sanar dúvidas sobre a criação consciente, e acima de tudo responsável, conversamos com Ester Siqueira, médica-veterinária especializada em animais silvestres do Selva Brasil Veterinária, em Muzambinho-MG. Podemos adiantar uma coisa: nem só de cenoura vive esse pet!
1. Garanta alimentação adequada
Como são animais herbívoros, ou seja, se alimentam essencialmente de vegetais, os coelhos devem ter uma dieta composta por ingredientes frescos e diversificados. “Muitos tutores pensam que a oferta de ração é suficiente para suprir as necessidades nutricionais do pet e, por isso, acabam negligenciando ingredientes como o feno, folhas verde-escuras – rúcula, agrião, chicória e ramas de rabanete e de cenoura – e aqueles ricos em fibras”, frisa Ester, enfatizando que esses componentes auxiliam no bom funcionamento do trato intestinal e ajudam significativamente no desgaste dos dentes. “A ração deve compor, apenas, de 5 a 7% do total da dieta desse animal”, indica.
Já em relação à oferta de petiscos industrializados, Ester pede cautela. “Como são produzidos com frutas secas, o seu teor de açúcar é muito alto, além de não conter água na composição”, alerta. Ela ainda sugere a substituição por pedaços de maçã e manga in natura. “Mas as frutas devem ser utilizadas como forma de agradar o animal e não como base alimentar.” Diferente de alguns componentes alimentares, a ingestão de água limpa e fresca pode ser oferecida à vontade ao animal.
2. Escolha a gaiola ideal
A médica-veterinária recomenda viveiros adequados à estrutura de cada raça de coelho, para assegurar a segurança do pet. “A gaiola deve ser ampla e com pintura epóxi, espaço entre as grades verticais amplo, mas não o suficiente para enforcamento ou possíveis fugas”, lista. “Na parte debaixo, deve ter grades horizontais bem próximas, para evitar que as patas fiquem enroscadas e causem fraturas. A porta deve possibilitar a entrada e saída de um coelho adulto e conter uma bandeja para o recolhimento de dejetos”, complementa. O local deve ser coberto por feno, que servirá como alimento e também impedirá o desenvolvimento de pododermatites – infecção bacteriana nos calos.
Outro fator importante são os acessórios. “Na natureza, os coelhos são presas e por isso procuram tocas para se abrigar ou se esconder. Por conta desse comportamento, é recomendado dispor de tocas e esconderijos”, aponta. “É indicado que esses locais sejam feitos de materiais que possibilitem o desgaste de dentes e unhas, como a madeira.” A veterinária também pede uma atenção: “Tome cuidado com as rodinhas. Opte por aquelas que não possuem vazamentos, para não causar fraturas ou machucados no pet.”
3. Mantenha tudo limpo
A limpeza do local e seus utensílios é mais um fator essencial. “Os comedouros e bebedouros devem ser higienizado todos os dias com água e sabão. Uma vez por mês é recomendado usar produtos à base de quaternário de amônia (germicida), diluído conforme o descritivo do produto, para a limpeza mais profunda”, ensina a veterinária.
4. Higienize o pet
De acordo com Ester, os coelhos precisam ser higienizados com frequência para evitar que sua pelagem forme nós e minimizar a ingestão de pelos pela lambedura. “Os animais de pelo longo devem tomar banho a cada 15 dias, já os de pelagem curta, a cada 30”, orienta.
A escovação periódica é outro cuidado importante. A profissional destaca que hoje em dia há pet shops especializados em banho e tosa desses animais, que usam produtos específicos para a espécie.
Em relação ao corte das unhas, que crescem muito rápido, Ester diz que irá depender do estilo de vida do pet. “Para os animais que vivem mais dentro de casa e têm acesso a pisos azulejados, é recomendado aparar, pois não há o desgaste natural da unha. Já aqueles que vivem em ambientes mais orgânicos com terra, areia e grama, ou até mesmo em locais cimentados, não há motivo, pois já acontece o desgaste natural”, explica, ao salientar que alguns tutores optam pelo corte mesmo não precisando, para evitar que seus companheiros afiem suas garras em móveis da casa.
A veterinária ainda faz uma ressalva importante sobre a limpeza das orelhas: “A higienização deve ser feita por um profissional que esteja acostumado com o manejo desse animal, para não provocar danos ao duto auditivo, além de saber identificar alterações”.
5. Atente-se a sintomas anormais
Os coelhos tendem a ficar prostrados, sem apetite e sonolentos quando estão com alguma complicação de saúde, de acordo Ester. “O ideal é encaminhar o pet para fazer um check-up em médico-veterinário especializado a cada seis meses”, indica, enfatizando que, desse modo, o profissional será capaz de realizar um exame completo nas orelhas e dentes que, se não forem cuidados, podem provocar sérias complicações. “A doença da arcada dentária, tanto inferior como superior, pode causar sinusite crônica, por conta do crescimento das raízes que atingem o seio da face”, informa.
Outro mal recorrente, especialmente quando há muitos coelhos vivendo juntos, é a sarna de ouvido. Contudo, essa doença é de fácil trato e identificação. “O tratamento é simples, mas exige cuidado e dedicação do tutor, além de banhos frequentes”, finaliza.
Fonte: Revista Cães & Cia.