Alergia a pets: veja os cuidados para essa convivência

por Pauline Machado
Jornalista e acadêmica de medicina veterinária
Publicado em 12 set 2023, às 00h01. Atualizado em: 11 jan 2024 às 15h40.

O Brasil é o terceiro país em que a população mais possui pets. Ao todo são 149,6 milhões de animais de estimação, segundo dados do Instituto Pet Brasil. Porém, muitos tutores convivem com alergias desencadeadas pelos próprios pets, ocasionando crises de espirros, tosses e coceiras. Por motivos como este, pessoas ainda têm dúvidas sobre a possibilidade de pessoas alérgicas conviverem com pets.


Apesar de muitos acreditarem que a alergia está somente relacionada ao contato com o pelo do animal, não é exatamente assim que acontece. Animais como cão e gato possuem proteínas capazes de despertar crises alérgicas nos humanos.

Nos gatos, a proteína Fel d1  está presente na saliva e se espalha pelo corpo do animal após o felino se lamber, sendo responsável 95% dos casos de alergia a gatos. Entre os sintomas mais comuns da alergia a gatos estão:

  • Garganta seca;
  • Coceiras;
  • Olhos vermelhos e lacrimejando;
  • Espirros e dificuldade para respirar;
  • Coriza.

Já os cães despertam alergia nos humanos por conta da proteína Can f1, encontrada nas caspas, saliva e urina do animal. Ao reagir a esta proteína, o corpo humano desenvolve alguns sintomas alérgicos, entre eles:

  • Espirros, coriza e rinite;
  • Coceira no céu da boca, garganta e ouvidos;
  • Falta de ar e tosse;
  • Inflamações na pele;
  • Lacrimejamento e coceira nos olhos;
  • Vermelhidão e coceira na pele.

Saiba quais são os cuidados que uma pessoa alérgica deve ter com os pets
A convivência de um tutor alérgico ao próprio pet pode parecer algo inviável, mas existem algumas ações que facilitam essa convivência e evitam que o animal seja abandonado.


  • Crie um espaço exclusivo para o seu pet. Dê preferência a cômodos que não possuem cama, sofá ou tapete;
  • Remova itens que podem acumular pelos (cortinas, tapetes, persianas, carpetes e móveis estofados);
  • Troque de roupa após ter contatos longos com o animal;
  • Evite a entrada do animal nos quartos;
  • Utilize capas impermeáveis nos colchões, travesseiros e estofados;
  • Realize faxinas frequentemente para retirar os pelos espalhados.
  • Como identificar alergia a animais domésticos e como tratar

De acordo com dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), aproximadamente 30% dos brasileiros possuem alergia a algo, sendo 20% desse público formado por crianças. A especialista em alergia e imunologia clínica Adriana Azoubel Antunes explica que “as crianças têm um sistema imunológico mais hiper-reativo e adoecem com mais frequência, sendo as infecções virais as principais causas de crises alérgicas na infância”.

Ainda segundo a especialista, a alergia aos animais é comum e para identificá-la é importante analisar o histórico de sintomas do paciente, entre eles coriza, espirros, congestão e prurido nasal, tosse ou dificuldade de respirar. “Este tipo de alergia poderá ser confirmada através de testes específicos para identificar o perfil de sensibilidade do paciente e, com isso, a possibilidade de uma orientação terapêutica mais efetiva”, completa.
Para tratar a alergia aos animais domésticos é válido manter a higiene do local onde o pet está e mantê-lo longe de algumas áreas da casa. O tratamento pode levar de dois a três a anos e envolve a utilização de uma vacina específica, que não é indicada para crianças pequenas.

Fonte: Diário de Pernambuco