Conheça os benefícios da Aromaterapia para os animais

por Pauline Machado
Jornalista e Acadêmica de Medicina Veterinária
Publicado em 9 maio 2023, às 00h15. Atualizado em: 11 maio 2023 às 09h23.

Seu cachorrinho está ansioso ou é muito agitado? Existem várias maneiras de deixar a rotina dele mais agradável e ajudá-lo a se acalmar. Uma delas é a aromaterapia para animais. Você a conhece? Descubra os benefícios, quando pode ser usada e como!

O que é a aromaterapia para animais?

O olfato dos cães e gatos é muito mais desenvolvido que o dos humanos. Por isso, quando falamos em aromaterapia para animais, é preciso ter muita cautela. Afinal, esse ramo da fitoterapia se baseia nos efeitos que os aromas das plantas podem proporcionar em cada indivíduo.

Na busca por ações terapêuticas, são utilizados os óleos essenciais, que são substâncias extraídas de raízes, caule, folhas, flores ou frutos de plantas. O uso pode ser feito na forma de:

  • Inalação (aplicação dos óleos essenciais no ambiente);
  • Banho aromático,
  • Aplicação tópica, por meio de massagens.

Embora inicialmente esse tipo de prática possa parecer inofensiva, é preciso pensar na realidade dos animais de estimação. Como os pets têm o olfato muito mais sensível do que o das pessoas, é necessário ter cautela. Afinal, eles poderão responder ao aroma de forma muito mais intensa.

Em alguns casos, é possível até que os óleos essenciais cheguem a fazer mal para o cão ou o gato. Por isso, mesmo que você já conheça a aromaterapia e seja um usuário pessoal da técnica, é importante que só adote essa alternativa de tratamento se o médico-veterinário indicar.

Dessa forma, o profissional poderá prescrever o produto certo, indicado para animais de estimação e que esteja de acordo com a necessidade do seu pet. Vale salientar que é possível usar essa técnica fitoterápica em cães, gatos, cavalos, bois, cabras, ferrets, coelhos, hamsters, entre outros.

Em quais casos a aromaterapia para pets pode ser usada?

Na maioria das vezes, a indicação da aromaterapia para animais é feita quando se quer alterar algum quadro comportamental. Isso envolve desde a ansiedade, provocada, por exemplo, por uma mudança de casa, até agressividade ou excesso de latidos.

Dessa forma, podemos dizer que essa técnica pode atuar como um modulador de comportamento. Assim, ela pode ser indicada pelo médico-veterinário em casos como:

  • Ansiedade da separação (quando o tutor viaja, e o pet fica triste ou agitado);
  • Medo de pessoas, outros animais, fogos, trovoadas, entre outros;
  • Latidos em excessos;
  • Agitação;
  • Estresse;
  • Dermatite psicogênica;
  • Automutilação (mais frequente em aves),
  • Coprofagia (cães que comem fezes).

Há também casos nos quais essa terapia é indicada para pets que são submetidos a tratamentos prolongados, que possam exigir repouso por um período maior.

Em animais que estão se recuperando de uma cirurgia ortopédica, por exemplo, a aromaterapia veterinária pode ajudar a relaxar e a passar melhor o período no qual terão que repousar.

Quase sempre a aromaterapia para animais é usada junto ao tratamento alopático, fisioterápico ou outro.

Como os óleos essenciais são usados nos animais?

Na maioria das vezes, a aplicação da aromaterapia veterinária é feita no ambiente. Os óleos essenciais para animais são borrifados em caminhas e arranhadores, por exemplo, para que a inalação do odor ocorra indiretamente.

Contudo, há profissionais que realizam a aplicação tópica, ou seja, na pele do pet. Ela pode ser feita em pontos específicos ou durante a massagem. Isso vai depender da avaliação veterinária.

As plantas usadas para elaborar os óleos essenciais dependem do objetivo a ser alcançado. As mais comuns são:

  • Laranja;
  • Limão;
  • Lavanda;
  • Gengibre;
  • Camomila;
  • Erva do gato,
  • Hortelã.

Alertas sobre aromaterapia em animais

É muito importante que o tutor nunca comece a usar qualquer óleo essencial em cães, gatos e outros animais sem a orientação do médico-veterinário. Em alguns casos, quando o produto é usado de forma errada, há a chance de intoxicar o pet.

Isso é ainda mais perigoso quando a aromaterapia veterinária é aplicada em gatos. Esses animais são mais sensíveis e, se a diluição do óleo essencial não for correta e voltada para a espécie, o risco aumenta.

Dessa forma, qualquer tratamento deve ser indicado por um profissional.

Outros cuidados com a aromaterapia

  • Nunca use os óleos essenciais para animais perto dos olhos, nariz ou mucosa do animal, pois isso causará irritação;
  • Nunca administre os óleos essenciais para animais via oral, pois são tóxicos;
  • Garanta que o pet não esteja por perto quando for borrifar o produto no ambiente. Isso é importante para evitar que caiam, acidentalmente, gotículas do produto em olhos, boca, nariz ou região genital do animal;
  • Tenha cuidado redobrado com os gatos, pois eles têm mais dificuldade em metabolizar os óleos essenciais e podem se intoxicar;
  • Nunca use o produto indicado para humanos nos pets, pois a concentração é muito alta e poderá prejudicar a saúde deles,
  • Sempre observe a reação do seu bichinho. Caso note que ele não gosta, que começa a espirrar ou tem qualquer outra reação ruim, suspenda o uso e entre em contato com o médico-veterinário.

Embora a aromaterapia para animais possa ajudar a tratar alterações comportamentais, nem sempre ela é a técnica de escolha. Há outras formas, como o adestramento, aumento nas atividades físicas e alterações na rotina, que poderão ser as mais indicadas.

Por isso, nunca comece um tratamento sem a orientação profissional. Só com o suporte veterinário você terá a certeza de que estará adotando o que é melhor para o seu animal de estimação.

Fonte: Seres