Físico curitibano César Lattes é homenageado pelo Google nesta quinta (11)
Lattes, que morreu em 2005, ficou conhecido por fazer experimentos para explicar o funcionamento do átomo
O físico curitibano César Lattes é o homenageado no Google Doodle desta quinta-feira (11). Lattes é reconhecido pela descoberta de Meson Pí ou Pion, estrutura que explica os átomos, um feito inédito nos anos 1940.
César Lattes nasceu em 1924, há exatos 100 anos na capital paranaense e morreu em 2005. No cenário acadêmico brasileiro, ele é homenageado pelo nome de uma plataforma que reúne os dados de pesquisadores e professores brasileiros, na base do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Por que César Lattes não ganhou o prêmio Nobel?
Em uma das descobertas mais importantes, Lattes subiu no alto do Monte Chacaltaya, a 5,5 mil metros acima do mar, em La Paz, na Bolívia. Após respirar o ar na altitude boliviana, o jovem de 23 anos preparou um experimento com emulsões químicas em chapas fotográficas e conseguiu identificar partículas méson Pí, uma hipótese para explicar o funcionamento do átomo.
A ação garantiu o Nobel para o chefe do laboratório em Bristol (Inglaterra), Cecil Powell, para o qual o brasileiro trabalhava. Mesmo não recebendo o prêmio individualmente, César Lattes foi aclamado e ficou famoso. Agradeceu os convites de trabalho do mundo inteiro, mas resolveu trabalhar no Brasil.
Quem era César Lattes?
O curitibano César Lattes foi um jovem que, com 19 anos, formou-se em física na Universidade de São Paulo (USP). Ele ingressou no início de 1941 e terminou no final de 1943.
“Nas disciplinas do último ano, que tinham temas mais avançados, relacionados ao que a gente chama de física moderna do século 20, associada à relatividade e aos conhecimentos quânticos, ele tirou 10 em todas as matérias”, afirma o professor Ivã Gurgel, da USP à Agência Brasil.
Quando se formou, Lattes ficou entusiasmado ao ficar sabendo do que era feito na Inglaterra na detecção de partículas de raios cósmicos, tema que já trabalhava com seus professores Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini, no Departamento de Física.
Em 1946, a convite de Occhialini, Lattes foi para a Universidade de Bristol, Reino Unido, com bolsa da British Council, trabalhar no laboratório de Cecil Powell na calibração das novas emulsões nucleares, um detector de partículas que era um aperfeiçoamento das chapas fotográficas comuns.
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