Ator Alain Delon, estrela dos cinemas, morre aos 88 anos
Delon às vezes era chamado de "Frank Sinatra francês" por sua aparência bonita, uma comparação que o ator não gostava
O ator francês Alain Delon, estrela do cinema francês, morreu aos 88 anos, informou a família neste domingo (18). Delon estava com problemas de saúde desde que sofreu um derrame em 2019, raramente saindo de sua propriedade em Douchy, na região francesa de Val de Loire.
O presidente Emmanuel Macron o saudou como um gigante da cultura francesa. “Alain Delon desempenhou papéis lendários e fez o mundo sonhar. Emprestando seu rosto inesquecível para sacudir nossas vidas. Melancólico, popular, reservado, ele era mais do que uma estrela: ele era um monumento francês”, postou Macron no X.
Delon às vezes era chamado de “Frank Sinatra francês” por sua aparência bonita, uma comparação que Delon não gostava. Ao contrário de Sinatra, que sempre negou conexões com a máfia, Delon reconheceu abertamente seus amigos obscuros no submundo.
Em uma entrevista de 1970 com o New York Times, Delon foi questionado sobre tais conhecidos, um dos quais estava entre os últimos “Padrinhos” do submundo no porto mediterrâneo de Marselha.
“A maioria dos gangsters que conheço… eram meus amigos antes de eu me tornar ator”, disse ele. “Não me preocupo com o que um amigo faz. Cada um é responsável por seu próprio ato. Não importa o que ele faça.”
Trajetória de Alain Delon
Delon alcançou a fama em dois filmes do diretor italiano Luchino Visconti, “Rocco e Seus Irmãos”, em 1960, e “O Leopardo”, em 1963.
Ele estrelou ao lado de Jean Gabin no filme de Henri Verneuil de 1963 “Melodie en Sous-Sol” (“Qualquer Número Pode Ganhar”) e foi um grande sucesso em “Le Samourai” (“O Afilhado”) de Jean-Pierre Melville de 1967. O papel de um assassino de aluguel filosófico envolvia diálogos mínimos e cenas solo frequentes, e Delon brilhou.
Delon se tornou uma estrela na França e era idolatrado por homens e mulheres no Japão, mas nunca fez tanto sucesso em Hollywood, apesar de atuar com gigantes do cinema americano, incluindo Burt Lancaster, quando o francês interpretou o aprendiz de assassino Scorpio no filme homônimo de 1973.
No filme “Borsalino”, de 1970, ele estrelou com o também ator francês Jean-Paul Belmondo, interpretando gângsteres que entram em conflito em uma luta inesquecível e estilizada por uma mulher.
Os momentos mais marcantes também incluíram o suspense erótico de 1969 “La Piscine” (“A Piscina”), onde Delon se junta à amante na vida real Romy Schneider, em uma saga sensual de ciúmes e sedução na Riviera Francesa.
O filme de destaque de Delon na década de 1970 — década em que ele e Belmondo foram sucessos de bilheteria na França — foi “Monsieur Klein”, de Joseph Losey, de 1976, no qual ele interpreta um negociante de arte na Paris ocupada durante a Segunda Guerra Mundial confundido com um fugitivo judeu de mesmo nome.
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