Crítica: Jurassic World: Reino Ameaçado - Divertido mesmo sem inovar!

por TOMMO
Publicado em 21 jun 2018, às 11h23.

Em 1993, pelas mãos de Steven Spielberg, chegava aos cinemas Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros. O filme é um marco no cinema, a partir de seu lançamento, uma nova noção de Blockbusters e de efeitos especiais se formou.

O filme ganhou duas sequências, O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997) e Jurassic Park III, nenhuma das duas teve o impacto da produção original, além de avaliações inferiores, os filmes não renderam tanto em bilheteria, sendo que Jurassic Park III, teve uma bilheteria de 368 milhões de dólares, pouco mais que 1 terço de Jurassic Park de 93.

Ainda que em 2001 a franquia tenha levado esse “golpe”, o potencial era imenso e em 2015, Jurassic World chega aos cinemas e com um novo mercado e para um novo público, o filme fatura 1.6 bilhões de dólares e revive a franquia.

Jurassic World: Reino Ameaçado, conta com o retorno de Chris Pratt, Bryce Dallas Howard aos seus papeis, além deles, Jeff Goldblum, um dos protagonistas da trilogia original, também está de volta, em uma pequena participação.

Em sua trama, Reino Ameaçado, mostra a ilha que serviu como parque/zoológico de dinossauros, ameaçada pela erupção de um vulcão, um evento que pode colocar os animais novamente em extinção. Enquanto Claire (Bryce Dallas) lidera um grupo que luta pela preservação dos dinossauros, Owen (Chris Pratt) vive a sua vida alheio a tudo e quando o governo americano decide não intervir na reextinção dos animais, Claire conta com a ajuda de uma grande milionário e amigo do Dr. Hammond, para uma tentativa de salvar os animais e com isso se obriga a colocar Owen nessa nova aventura.

Dirigido por J.A. Bayona, a produção mostra diversos traços do diretor, seu histórico que vai de terror, drama, aventura e catástrofe se mostra em diversos aspectos de Jurassic World: Reino Ameaçado, são elementos e caraterísticas que funcionam bem e acabam por maquiar os maiores defeitos do filme.

Contando com um elenco bom, mas personagens fracos, é a direção de Bayona que faz tudo isso funcionar como se fosse um filme novo, o que não é. Os novos personagens, desde de os coadjuvantes e até os vilões, todo mundo é uma grande caricatura de tudo que já se viu. Vilões com grandes discurso e planos exagerados, hacker medroso e menina badass que no fim precisa ser salva.

Já dos protagonistas, Claire e Owen são uma caricatura deles mesmo, a evolução dos personagens no primeiro filme é ignorada e apenas para efeitos das piadas, eles retornam para o mesmo ponto do primeiro filme e repetem a dinâmica já apresentada.

Apesar do esforço da direção, trilha e efeitos, Jurassic World: Reino Ameaçado, se limita como Jurassic World (2015) e faz uma repetição de tudo que já vimos, pior de tudo, tudo que já vimos na própria franquia.

Com 5 minutos de filme fica claro o caminho que a produção vai levar, com os personagens já apresentado e com alguns elementos ocultos, não precisamos nos esforçar para entender onde tudo aquilo ali caminha. O mérito da produção fica com a expansão do elemento de genética que vimos no primeiro filme e também com o discurso de desextinção e reextinção, esse discurso, além de trazer um ar mais sério para aventura, também serve para dar carisma para a história.

É aí que que J.A. Bayona mostra seu potencial. Como tudo não passa de uma repetição transvestida de homenagem, o diretor dá sentimento para os acontecimentos de forma que eles se encaixem e formem uma história, repetida, mas competente. A forma como a história, reviravoltas, piadas e repetições acontecem, não incomodam quando a produção é vista pelo simples entretenimento.

É triste limitar algo tão simbólico ao simples mais do mesmo, Jurassic Park é um símbolo que vai além do próprio filme, ele é um marco e um evento do cinema e com certeza merecia mais do que essa repetição.

Ainda assim, ver o que vi na tela e me deixar se divertir com a história e com os personagens funciona, obvio que novidades seriam melhores aceitas, mas como o que resta é a diversão, me divertir eu pude.

Méritos para a direção que faz disso algo, não diferente e nem novo, mas sim competente.

Jurassic World: Reino Ameaçado chega hoje (21 de Junho) aos cinemas!