Review: Os Farofeiros + Entrevista

por TOMMO
Publicado em 7 mar 2018, às 18h05.

O novo longa de comédia nacional Os Farofeiros chega aos cinemas amanha, dia 08, nós já vimos o filme e contamos pra você o que achamos!

No filme, colegas de trabalho, Lima, Alexandre, Rocha e Diguinho decidem sair juntos em uma viagem com suas famílias para curtir o feriadão. Entre engarrafamentos quilométricos em carros apertados, ataques de mosquitos e disputas por um espaço na areia de praias lotadas, nada parece dar certo na viagem. Os planos de um passeio perfeito vão definitivamente por água abaixo quando descobrem que a casa que alugaram estava abandonada e caindo aos pedaços. Sem ter para onde ir, eles irão se meter em confusões hilárias e ainda terão que administrar os problemas de convivência para superar aquele que será o feriado mais infernal de suas vidas.

Perguntamos a Cacau Prótasio, que faz Jussara no filmes, se ela já vivenciou algum tipo de situação parecida com a do filme, segundo ela, já.

“Acho que momento inusitado a gente tem todo dia. Mas, quando se trata de viagens em grupo, é surreal. A pior situação que eu passei foi em uma casa enorme realmente, mas que só tinha um banheiro. Então você imagina o risoto que durou quatro dias, todo mundo comendo, cada dia acrescentava uma coisa, no último dia, como estava a fila desse banheiro? Anh? Cada um procurou onde podia se ajudar (risos).”

Os Farofeiros é uma comédia que de primeiro momento parece ser só mais uma para entrar na lista das mais toscas já produzidas, mas felizmente é o contrario disso. O filme narra a tipica história de uma família e amigos que combina de passar o feriadão de ano novo na praia, ai já viu né? Alguma sempre dará errado.

“Todo mundo passa uma enrascada dessa seja para passeio de família, de amigos, de excursão. Alguma coisa. Sempre cai nessa furada.” diz Cacau.

Os personagens, tipicamente brasileiros, conseguem retratar de forma divertida o que com certeza a maioria de nós já passou, e consegue até colocar uma critica ali e outra ali, de forma sutil, mas sem passar despercebida. Um bom exemplo é a cena do cinema, onde os próprios personagens da trama criticam o público brasileiro por achar que filme nacional ‘é tudo igual’. Neste momento é até feita a famosa quebra da quarta parede.

“Aquela cena do cinema tem um pouco de várias funções. Os críticos a viram como uma crítica aos críticos, né, para eles refletirem um pouco. Por outro lado, a ideia da cena veio do roteirista Paulo Cursino e ele queria fazer uma crítica ao próprio público. Quando ele fala ‘só é putaria e palavrão’,  ele estava querendo mencionar um pouco o fato do público, às vezes, se incomodar com palavrão no cinema brasileiro e, na verdade, ele quer considerar que o palavrão tem uma naturalidade. O americano usa muito palavrão nos filmes dele, mas como está em inglês e é traduzido e quando é traduzido é feito de uma maneira muito leve parece que não tem. Aí quando aparece algum palavrão no filme brasileiro fica parecendo que aqui tem mais palavrão que filme americano. E, obviamente, que o cinema brasileiro ainda tem um resquício de uma memória da pornochanchada. Embora muito da imagem do cinema brasileiro já tenha melhorado. Mas é uma cena de reflexão. É uma crítica para o público, uma crítica pra crítica, foi uma curtição nossa, uma tentativa de colocar um momento de reflexão no filme.” – revela o diretor Roberto Santucci.

O elenco é formado por nomes já conhecidos na comédia nacional, Maurício Manfrini, Cacau Protásio, Danielle Winits, Antonio Fragoso, Nilton Bicudo, Aline Riscado, Elisa Pinheiro e Charles Paraventi. Sobre trabalhar com esses nomes Roberto revela:

“É um grande prazer trabalhar com um elenco variado desses. Gente com muita experiência no cinema como a Dani Winits, Charles Paraventi, gente começando como Maurício Manfrini, Aline Riscado. Cacau que já tinha feito alguns filmes. Nilton Bicudo, que é um amigo que já trabalhou com a gente no Candidato Honesto. Essa variedade, na verdade, trouxe uma riqueza para o filme. E o que foi muito bom, que o grupo de atores, que era um grupo muito grande, se deu muito bem, eles se entrosaram muito bem, apesar de cada um vir de um lugar e ter uma história diferente. Eles curtiram muito o processo de fazer o filme. Isso também trouxe uma dificuldade. Porque eles se divertiam muito no set e, em algum momento, a gente tinha que trazê-los pra um foco, uma concentração maior, tive que procurar proibir o máximo possível os celulares no set. Mas, lógico, que muitos deles são muito bons de improvisação e eu não podia tolir. Meu objetivo é dar um caminho pra eles, deixá-los improvisar e criar e ter certeza que eles estão voltando pra história. Isso dava trabalho, porque você tinha muita gente em cena ao mesmo tempo e, às vezes, isso ficava difícil de controlar. Mas eles foram parceiros e entenderam que tem que haver uma concentração, tem que ter um momento de focar no trabalho. E deu muito certo. Foi um dos elencos que mais me agradou, que mais funcionou, essa variedade deles de humor, de representação social, acho que cada um representa bem uma faixa social do Brasil e fiquei muito feliz com o resultado. Eles sempre foram muito generosos, muito humildes, muito parceiros, muito dedicados e muito profissionais. Eles estão de parabéns.” 

O filme chega aos cinemas no dia 08/03, e é uma boa para o fim de semana!