Como superar o medo de avião? Veja dicas de especialista em aerofobia
Uma psicologa especialista em aerofobia dá dicas de como agir antes de voar para conseguir enfrentar o medo; confira
Diante do recente acidente aéreo que repercutiu nacionalmente, pode surgir um medo em massa de aviões. Apesar dos recentes eventos, é importante destacar que voar é seguro. Conforme International Air Transport Association (IATA), a taxa de acidentes aéreos em 2019 foi de apenas 1 acidente fatal por 5,58 milhões de voos.
De acordo com um estudo da Universidade Harvard, um em cada 1,2 milhão de voos pode sofrer um acidente. Segundo a pesquisa, as chances de se envolver em um acidente de carro são mais altas. De acordo com o site Simple Flying, a indústria da aviação registrou queda de 10% no número de acidentes envolvendo aviões entre 2020 e 2022. Em entrevista exclusiva ao portal RIC.com.br, a psicologa Wendy Evangelista, especialista em aerofobia, dá dicas de como enfrentar o medo de avião.
“Se eu penso que superar está ligado ao deixar para trás, se essa memória aparece em algum momento lá na frente, é como se eu tivesse retrocedido, é como se eu não tivesse superado de fato, isso não é real. Todos esses impactos, eles devem ser acolhidos, aquelas emoções devem ser acolhidas e a gente com o tempo entender a conviver com aquilo de uma forma mais tranquila continuar a seguir a vida, mas com aquela bagagem, esse trauma ele vai fazer parte da nossa vida é o que eu falo a sua bagagem de mão, a gente tem uma bagagem que a gente carrega sempre com a gente que não pode ser despachada, que a nossa bagagem de mão, que a nossa história, que são as nossas vivências, mas deixá-la ali de uma forma confortável que ela não pese tanto para que a gente seja capaz de carregar e seguir a vida”, diz a psicologa.
Evite o excesso de informação sobre tragédias aéreas
De acordo com a especialista, as pessoas que têm medo de avião e são mais sensíveis ao tema devem evitar consumir sobre tragédias aéreas.
“Para todas essas que já são mais sensíveis, eu diria hoje: evitem o excesso de informação, evitem se conectar com eventos trágicos de maneira desnecessária. Então não é não saber e não é criticar o papel da mídia, é autopreservação. Se eu fico acompanhando esse evento, eu vou reforçar uma crença que não é real, que aquele meio de transporte me coloca em risco fora da proporção”, aconselha.
A especialista ainda reforça que andar de avião é seguro. “Lembrando que a fobia é um medo que não tem relação com o risco real do evento. Ele é desproporcional ao risco real. O agravante nessa história é que o avião não tá na nossa rotina. Nós não estamos todos os dias vendo aviões indo e vindo, levando e trazendo pessoas com sucesso. Isso não faz parte da rotina. Diferente de carro, de ônibus, a gente não tem esse contato”, explica a psicologa.
O que fazer antes de voar?
Para aqueles que desejam enfrentar o medo de avião, a especialista recomenda incluir os aviões na rotina e consumir dados reais sobre as aeronaves.
“A dica também é, baixe um aplicativo desses que rastreia voos e comece a abrir diariamente em qualquer horário. Abre lá e olha, ‘deixa eu ver quantos aviões tem no ar hoje ao redor do mundo’. São mais de cem mil voos diários. Quantas pessoas estão descendo, subindo em aeronave em segurança? Então, começar a concretizar os dados reais. Isso também é muito importante e pode ajudar” aconselha.
A psicologa dá dicas de como a pessoa deve encarar o medo antes de entrar no avião. “Antes de entrar no avião, pensa um pouco o ‘que eu vou fazer lá dentro?’, se eu estiver muito nervoso, eu posso respirar, eu posso conversar com alguém, o que eu vou fazer? Não deixa para resolver na hora”, diz Wendy.
Como não agir com pessoas que tem medo de avião
Por fim, a especialista explica que repetir para a pessoa é o meio de transporte mais seguro, não vai ajudar.
“Essa é uma relação que a gente tem que fazer enquanto está do lado de fora. Depois que a sua ansiedade já está muito alta, que você está lá dentro, você não vai auxiliar em nada ficar reproduzindo essa informação, porque ela não é compatível com o que a pessoa está sentindo. Então, não é que ela não acredita em você, mas o que ela está ouvindo é diferente do que ela está sentindo. Como ela não vai conseguir te explicar isso naquele momento, você não vai ajudar. Se tiver mais alguma coisa que eu possa acrescentar”, sugere a especialista.
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