Desconstruindo o vocabulário ofensivo

O vocabulário ofensivo pode levar um sistema familiar a inúmeros desgastes relacionais tornando o clima emocional tóxico.

Vida Familiar

por Clarice Ebert
Psicóloga (CRP08/14038) e Terapeuta Familiar e de Casal
Publicado em 3 nov 2024, às 22h03. Atualizado às 22h19.

Desconstruindo o vocabulário ofensivo traz a ideia de atenção contínua ao vocabulário pessoal e interativo. Pode ser uma tarefa importante para qualquer pessoa.

O formato violento na comunicação pode surgir nos mais diversos meios sociais. Como em manifestações políticas, ambientes públicos e privados, contextos de trabalho, discussões teológicas, posturas em redes sociais, interações de amizade, convivências conjugais e familiares. Em uma dinâmica ofensiva, é muito comum que a escuta esteja mediada por ruídos pessoais, que impedem a compreensão do que o outro expressa.

O vocabulário ofensivo

Aquele que ofende, geralmente demonstra uma arrogância em se achar mais sabedor do outro, do que o outro mesmo. Nada do que este disser para se justificar ou explicar vale mais do que a percepção do arrogante.

O outro, que fica na posição de ouvinte, dificilmente consegue manifestar suas opiniões ou seus desejos. Se sente em desagradável companhia e não consegue se conectar com alguém que comumente impõe a sua versão e vontade.

Dinâmicas relacionais com vocabulário ofensivo, inevitavelmente colhem frustrações, decepções e amarguras nos relacionamentos. Melhor desconstruir o vocabulário ofensivo e se dispor a estabelecer uma comunicação não violenta.

A comunicação não violenta

A família melhora quando a comunicação não é violenta e enfrenta suas crises de forma mais ética, respeitosa e amorosa.

A desconstrução do vocabulário ofensivo requer uma revisão da própria lista de ofensas. Monitorar o que sai da própria boca e a forma como é dito será indispensável. Também é fundamental que se aprenda a interagir por meio do diálogo.

Assim, o espaço para cada um “ser pessoa” é favorecido, sem que se necessite gastar tantas energias psíquicas por conta de vocabulário ofensivo. Uma comunicação não violenta se constrói em uma dinâmica positiva e empática, que favorece uma convivência mais amorosa e respeitosa. Neste tipo de relacionamento, diminui-se o receio de que a intimidade seja exposta de forma crítica, com um vocabulário ofensivo.

A família ao criar um ambiente de maior segurança, possibilita um convívio mais prazeroso e vivencia maior bem-estar em sua interação.