Dia Nacional da Mata Atlântica: Antonina e Guaraqueçaba terão vegetação restaurada
Nesta sexta-feira (27), comemora-se o Dia Nacional da Mata Atlântica. Recentemente, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) divulgou que irá restaurar 886.3 hectares de Mata Atlântica de Antonina e Guaraqueçaba.
Dos quase mil hectares, 720,8 hectares de vegetação serão restaurados em áreas de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e 165.5 hectares nas regiões em volta. Além disso, dez mil metros quadrados serão transformados em agrofloresta.
- Leia mais: Dia Nacional da Mata Atlântica é celebrado por colaboradores e visitantes no Parque das Aves
As três reservas (Papagaio-de-cara-roxa, em Guaraqueçaba e Guaricica e Reserva das Águas, em Antonina) foram criadas na década de 1990 a partir de 19 mil hectares de áreas. Entre pastagens e florestas, elas foram degradadas no litoral do Paraná.
A restauração vai ser feita do primeiro semestre de 2022 até dezembro de 2023 em áreas do bioma que ainda podem ser melhoradas em termos de biodiversidade, e terá ajuda financeira do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW Entwicklungsbank), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) no âmbito do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica.
A nova fase do projeto vai incluir a plantação de 240 mil mudas. Até dezembro de 2023, a previsão é de que 975.735 mil mudas de espécies nativas tenham sido plantadas na região. Serão utilizadas três técnicas de restauração ecológica nos trabalhos: enriquecimento em áreas no início do processo de restauração com o plantio de mudas de espécies de florestas maduras, nucleação em áreas tomadas pela espécie exótica rasteira braquiária (Urochloa spp) e estaqueamento para controle da braquiária em áreas alagadas.
Mais de 230 hectares das Reservas da SPVS ainda são ocupadas por uma espécie exótica rasteira, nativa da África. Reginaldo Ferreira, coordenador geral do projeto, reforça que as ações de restauração não visam retorno econômico, já que boa parte dos espaços beneficiados são áreas protegidas por Lei. “A proposta tem como finalidade principal a recuperação da vegetação nativa, promovendo a captura do carbono da atmosfera, contribuindo com a mitigação e adaptação às mudanças do clima e a melhoria ambiental, visando a conservação da biodiversidade”, destaca.
A Mata Atlântica é um dos maiores biomas do mundo em biodiversidade e atualmente um dos mais ameaçados. O território, que hoje conta com cerca de 12% de sua área original, sofreu muito com o crescimento das cidades e o desmatamento. Atualmente, cerca de 7% da sua cobertura original está em bom estado de conservação.
A Mata Atlântica passa por 17 estados brasileiros e cerca de 125 milhões de pessoas vivem na sua área de abrangência, onde também estão concentrados aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.