Acordo comercial está em "bom" estado, diz assessor da Casa Branca

Publicado em 11 ago 2020, às 14h38. Atualizado às 14h40.

WASHINGTON (Reuters) – A China continua comprando mercadorias norte-americanas, particularmente commodities, no âmbito da Fase 1 do acordo comercial com os Estados Unidos, apesar do aumento das tensões sobre Hong Kong e outras questões, disse o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, nesta terça-feira.

Questionado se a deterioração dos laços entre as duas maiores economias do mundo em outras frentes poderia resultar no encerramento do acordo comercial, Kudlow disse: “Não, não”.

“A área em que estamos engajados é o comércio”, disse ele a repórteres na Casa Branca. “Está tudo bem agora.”

Autoridades norte-americanas e chinesas devem se reunir em uma videoconferência “de rotina” no sábado para avaliar a implementação da Fase 1 seis meses depois que o acordo atenuou uma guerra comercial que afetou ambos os países e a economia global.

Kudlow, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que a China continua implementando o acordo, que exige que Pequim compre 77 bilhões de dólares em bens e serviços adicionais dos EUA neste ano, e um total de 200 bilhões de dólares em compras adicionais em dois anos.

“As evidências mostram… que eles aumentaram substancialmente” as compras de produtos norte-americanos, disse Kudlow, citando o que chamou de “números realmente bons”, especialmente em commodities.

A China aumentou suas compras de soja dos Estados Unidos recentemente, mas permanece muito aquém da meta total para 2020. Os Estados Unidos exportaram apenas 7,274 bilhões de dólares em produtos agrícolas para a China no primeiro semestre do ano, bem abaixo dos 36,5 bilhões de dólares firmados no acordo comercial.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira que seu relacionamento com o presidente chinês, Xi Jinping, estremeceu após a pandemia do novo coronavírus. Trump, que busca um segundo mandato na Casa Branca nas eleições de 3 de novembro, criticou repetidamente a China por não fazer mais para conter o vírus.

Os dois países também estão em desacordo sobre a repressão de Pequim em Hong Kong, o histórico de direitos humanos na China e o disputado Mar do Sul da China, entre outras questões.

(Reportagem de Jeff Mason e Lisa Lambert)

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