(Reuters) – Em meio a revisões sucessivas das taxas de crescimento do país para o próximo ano feitas por economistas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira em Dubai que o Brasil está se tornando um “paraíso” para os empreendedores, com juros mais baixos e aumento da atividade favorecendo investimentos.
Na abertura do fórum “Invest in Brazil”, Guedes defendeu que, neste novo momento, os Emirados Árabes seriam sócios ideais para investir no Brasil e ressaltou que a “reciclagem dos petrodólares” pode ser aplicada em empreendimentos como o Porto de Santos.
“O Brasil está virando um paraíso para os empreendedores. Os juros estão mais baixos, a economia está crescendo mais rápido, e o eixo de crescimento vai ser o setor privado, essa é a grande transformação que faremos no Brasil”, disse Guedes.
Ele reiterou que o Brasil foi uma das economias que sofreram as menores quedas com a pandemia, e uma das que recuperaram mais rapidamente. “Estamos crescendo também acima da média mundial”, disse Guedes.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o mundo crescerá 5,9% em 2021 e 4,9% em 2022, segundo as mais recentes estimativas divulgadas em outubro. Para o Brasil, as projeções são mais baixas –alta de 5,2% e 1,5%, respectivamente.
Nas últimas semanas, grandes bancos têm revisado para baixo a estimativa de crescimento do país para 2022, com algumas instituições, como Credit Suisse e Itaú, prevendo retração da atividade diante da inflação persistente, da deterioração do quadro fiscal e das incertezas políticas, além da escassez global de insumos.
A taxa básica de juros, hoje em 7,75%, está em alta, com economistas prevendo que a Selic fechará o ano em 9,25%, chegando a 11% em 2022, segundo o último relatório Focus.
Em Dubai, Guedes afirmou que os Emirados Árabes “são sócios ideais para os recursos naturais que nós temos no Brasil”.
“A capacidade de investimentos mostrada aqui nos últimos 40 anos, criando toda essa riqueza a partir da reciclagem da riqueza dos petrodólares, é o que nós precisamos no Brasil. Precisamos dessa parceria no Brasil, dessa reciclagem. Seremos sócios na criação e na reciclagem desses recursos”, disse o ministro, que participa de comitiva do presidente Jair Bolsonaro em viagem à Ásia.
(Por Isabel Versiani; edição de Lisandra Paraguassu)