No caminho da recuperação da economia após o tombo provocado pela pandemia de covid-19, os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia registraram o terceiro mês seguido de alta em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Barômetro Global Coincidente subiu 11,3 pontos em agosto ante julho, ao passar de 68,5 pontos para 79,8 pontos, num movimento que “começa a se distanciar gradualmente do pior momento da crise”.
Já o Barômetro Global Antecedente subiu 29,9 pontos na passagem de julho para gosto, de 80,5 pontos para 110,5 pontos, “sinalizando otimismo com a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) mundial nos próximos meses”, embora seja necessário “se interpretar este último resultado com alguma cautela face à grande incerteza tanto no front econômico quanto no da saúde”.
Em nota, a FGV ressaltou os “efeitos conjuntos das medidas de estímulos e reabertura de atividades ao redor do mundo”. “Indicadores correntes ligados ao nível de atividades e preços de ativos sugerem uma trajetória mais acelerada dessa retomada em relação às expectativas do pior momento da pandemia, justificando os resultados do barômetro antecedente”, diz a nota.
Se, por um lado, a economia global poderá ter um desempenho melhor do que o estimado no momento de maior pessimismo em relação à crise provocada pela pandemia, por outro, ainda não é certo que a melhoria das expectativas se concretizará. “A concretização dessas expectativas ainda está fortemente condicionada às dinâmicas dos fatores mencionadas anteriormente: o potencial da continuidade dos estímulos e a dinâmica sanitária após o relaxamento das medidas de distanciamento social”, continua a nota da FGV.
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.
Na leitura de agosto do Barômetro Coincidente, a região da Ásia & Pacífico e África foi responsável por mais de 50% da alta, ao contribuir com 6,4 pontos para a alta de 11,3 pontos. A região do Hemisfério Ocidental (América do Norte, América Latina e Caribe) reduziu a intensidade de alta apresentada no mês anterior e contribuiu com 2,1 pontos no indicador geral. Já a Europa contribuiu com 2,8 pontos, informou a FGV.
“Todos os setores continuaram evoluindo positivamente em agosto. As maiores contribuições para a alta do Barômetro Coincidente Global novamente vieram da Indústria, seguida pelo conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral). Os setores de Serviços, Comércio e Construção continuaram contribuindo modestamente para o resultado”, diz a nota da FGV.
O Barômetro Antecedente, por sua vez, subiu em agosto com puxado pelas regiões da Ásia, Pacífico e África (13,5 pontos) e da Europa (11,9 pontos). As duas regiões tiveram em agosto leituras mais fortes do que em julho. Já a contribuição do Hemisfério Ocidental, de 4,6 pontos, foi inferior aos 6,2 pontos de julho.
“Todos os indicadores setoriais contribuíram de forma positiva para o resultado, com a Indústria e o conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) exercendo influência de 80% no Barômetro Antecedente. Os demais setores contribuíram de forma menos expressiva para o aumento do indicador geral”, diz a nota da FGV.