Cutrale inicia operações em Paranavaí: oportunidades e desafios para a economia rural do Paraná

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por Jeulliano Pedroso
Publicado em 23 ago 2024, às 11h25.

A Cutrale, uma das maiores fabricantes de suco de laranja do mundo, está expandindo sua presença no Brasil com a inauguração de um novo entreposto na cidade de Paranavaí, no noroeste do Paraná. Este movimento estratégico ocorre em um momento de grande expectativa para a região, especialmente após o anúncio do governador Ratinho Jr. sobre a duplicação da BR-376, no trecho que conecta Paranavaí a São Paulo, onde está localizada a sede principal da empresa.

A chegada da Cutrale ao Paraná pode ser apenas o começo de uma expansão maior. Há expectativas de que a empresa construa uma fábrica na região, o que não apenas intensificaria as atividades industriais locais, mas também poderia impulsionar o aumento da área plantada de laranja no estado. Essa expansão agrícola, no entanto, enfrenta desafios significativos, como a necessidade de mitigar os impactos da queda na safra, amplamente causada pelo greening, uma doença bacteriana que afeta gravemente os citrus.

O greening não tem cura conhecida e representa uma ameaça severa para a produção de laranjas. Árvores jovens infectadas deixam de produzir frutos, enquanto as adultas sofrem com a queda prematura dos mesmos, eventualmente definhando e morrendo. A perspectiva de uma redução drástica na produção preocupa o setor: segundo estimativas do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a safra 2024-2025 em São Paulo e Minas Gerais – os principais estados produtores – pode sofrer uma queda de até 25%.

Apesar desses desafios, Paranavaí tem se consolidado como um importante polo na produção de suco de laranja no Paraná, liderando a produção na região noroeste do estado. A cidade é responsável por 50% da produção estadual, um dado que reforça sua importância estratégica no cenário agrícola nacional.

A instalação da Cutrale em Paranavaí promete trazer novas oportunidades para o desenvolvimento econômico local, mas também impõe a necessidade de gestão cuidadosa dos riscos agrícolas para garantir a sustentabilidade a longo prazo.