SÃO PAULO (Reuters) – A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, e a estatal russa de energia atômica Rosatom assinaram memorando de entendimento não vinculante para trocar informações sobre novos projetos de usinas nucleares de larga escala, segundo comunicado divulgado ao mercado na noite de segunda-feira.
O acordo também inclui intercâmbio de dados sobre pequenos reatores modulares terrestres e flutuantes, ciclo de combustível nuclear, suporte no ciclo de vida de novas usinas, além de extensão da vida útil e desenvolvimento tecnológico relacionado ao setor nuclear.
“O referido memorando não gera nenhum vínculo, nem obrigações, tampouco ônus para nenhuma das partes”, disse a Eletrobras em nota.
O acordo foi assinado no momento em que a Eletrobras trabalha para avançar com as obras de Angra 3.
A continuidade dos trabalhos da usina nuclear demandarão uma empresa especializada, que possivelmente será estrangeira, formando um consórcio com companhias brasileiras.
A assinatura dos contratos de obras civis e montagem eletromecânica, com uma chamada empresa EPCista, especializada no setor nuclear, é esperada para dezembro de 2021.
Em apresentação recente, a estatal apontou que serão necessários mais cerca de 18,4 bilhões de reais para a conclusão da construção da usina.
O objetivo é ter Angra 3, cujo projeto remete originalmente à década de 1980, conectada ao sistema interligado nacional no final de 2026.
Um plano do governo brasileiro previu no ano passado a construção de até 10 gigawatts em novas usinas nucleares até 2050.
O progresso da obra civil de Angra 3, projetada para ter potência instalada de 1.405 MW, é estimado atualmente de pouco mais de 65%.
(Por Roberto Samora)