Empresários paranaenses pedem fim da Operação Padrão da Receita Federal
O G7, grupo que reúne as maiores entidades do setor produtivo do Paraná, publicou nesta terça-feira (8) um ofício solicitando ao Ministério da Economia o fim da Operação Padrão da Receita Federal.
A operação teve início em 27 de dezembro de 2021 e aumentou o rigor das fiscalizações de mercadorias e documentos nas alfândegas. O ofício, direcionado ao ministro da Economia Paulo Guedes, afirma que o serviço tem efeito negativo no setor produtivo nacional, em especial no Estado do Paraná.
Segundo o documento, na cidade de Foz do Iguaçu, que faz fronteira com Paraguai e Argentina, aproximadamente 4 mil caminhões carregados estão parados, o que causa prejuízos de mais de 4 milhões de reais aos transportadores. Os empresários também ressaltam que caminhoneiros estão expostos a temperaturas que chegam a 40°C, sem condições adequadas de higiene e alimentação.
“Os comerciantes e prestadores de serviços locais, que dependem da movimentação da fronteira, também são diretamente atingidos e os Portos sofrem com o atraso para embarques e desembarques”,
menciona o documento.
Ainda de acordo com o ofício, além da demora causada pela manifestação dos servidores, a estiagem causou danos à navegação nos rios paranaenses, aumentando o fluxo rodoviário da safra Paraguaia que abastece Paraná e Santa Catarina – que dependem da inspeção dos servidores.
O representante do Sindicato dos Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Flávio Bernardino de Carvalho, afirma que a Receita Federal corre o risco de colapsar ainda no final do primeiro semestre de 2022, devido aos cortes orçamentários estabelecidos pela União no final do ano passado.
“Com um corte de 52% do nosso orçamento operacional, os serviços da Receita tendem a entrar em colapso mais ou menos no final de maio, de junho… Inclusive, com suspensão do pagamento do nosso principal fornecedor de sistemas de informática”,
diz Flávio.
De acordo com o representante, com os sistemas da receita parados, não há como controlar sistemas de comércio exterior, importações e exportações, o que, segundo ele, leva a uma interrupção na prestação prestação de serviços públicos para o empresariado e para a população.
“Parece que o G7 entendeu a urgência e o perigo desse corte orçamentário, sensibilizou-se e mandou essa carta ao ministro Paulo Guedes pressionando no sentido de resolver logo o problema da Receita Federal, antes que o pior aconteça”,
comenta.