Fed revelará novas projeções com investidores atentos a cronograma de elevação de juros

Publicado em 20 set 2021, às 09h25. Atualizado às 09h30.

Por Lindsay Dunsmuir

(Reuters) – As autoridades do Federal Reserve deixarão claro na quarta-feira quando e com que frequência eles acham que a economia precisará de aumentos de juros nos próximos três anos quando divulgarem novas previsões em sua reunião de política monetária, com os investidores em alerta para um ritmo mais rápido de aperto.

O chamado “dot plot”, gráfico divulgado trimestralmente, mostrará as projeções dos formuladores de política monetária, de forma anônima, para o crescimento econômico, o emprego e a inflação, bem como o cronograma de aumentos de juros.

O documento mostrará se a maioria das autoridades está aderindo às opiniões expressas recentemente de que a variante Delta do coronavírus, que afetou a atividade econômica, terá um efeito de curta duração na recuperação norte-americana, apesar da atual turbulência e incerteza que está causando. O gráfico de pontos desta semana também incluirá as previsões para 2024 pela primeira vez.

Os juros têm estado perto de zero desde o início da pandemia de Covid-19, com o Fed prometendo não aumentar os custos dos empréstimos até que a economia esteja totalmente curada. De acordo com a nova estrutura de política monetária do Fed, isso significa uma ênfase maior em alcançar o pleno emprego e meta de inflação média de 2%.

A inflação mais alta do que o esperado, apesar de alguma moderação recente, está testando o compromisso das autoridades com esse novo quadro e pode fazer com que a mediana das previsões do Fed para um aumento de juros mude para 2022, ante projeção de 2023 na reunião de junho.

Para que isso aconteça, apenas três autoridades precisariam antecipar suas projeções, e uma mudança de apenas duas pessoas resultaria em um empate dentro do Fed sobre se a alta dos juros está prevista para o próximo ano ou depois.

“Todos nós sabemos que os pontos não são promessas ou compromissos, mas ainda é o melhor que o mercado tem para definir qual será a política monetária no futuro”, disse Roberto Perli, economista da Cornerstone Macro e ex-funcionário do Fed. “Os riscos estão inclinados para cima.”

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