IGP-10 recua em setembro com queda do minério de ferro, mas pressão aumenta para consumidor, diz FGV

Publicado em 16 set 2021, às 08h36. Atualizado às 08h40.

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – A aceleração expressiva da queda nos preços do minério de ferro aliviou a inflação ao produtor e o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) caiu 0,37% em setembro, ante alta de 1,18% em agosto, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda mais acentuada, de 0,63%. Com o resultado deste mês, o indicador passou a acumular em 12 meses alta de 26,84%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, registrou em setembro queda de 0,76%, depois de ter subido em agosto 1,29%.

Foi a queda de 22,17% nos preços do minério de ferro a responsável pela leitura, segundo André Braz, coordenador dos índices de preços. No mês anterior, o metal havia registrado recuo de 7,23%.

Com esse resultado, os preços do grupo Matérias-Primas Brutas caíram 5,01% em setembro, após subirem 0,55% em agosto.

Apesar da queda no índice geral, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, acelerou a alta para 0,93% em setembro, ante 0,88% no mês anterior.

“Café (13,51%), açúcar (8,75%) e tarifa de energia (3,06%) figuram entre as principais pressões inflacionárias do IPA e do IPC e refletem os efeitos da estiagem sobre os preços dos alimentos e da energia”, escreveu Braz em nota.

Entre os componentes do IPC-10, o comportamento de destaque foi o do grupo Educação, Leitura e Recreação, que acelerou a alta a 1,34% este mês, contra 0,51% em agosto.

Em setembro o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou a alta a 0,43%, de 0,79% em agosto.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

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