Lula confirma rumores sobre moeda Brasil-Argentina

Publicado em 23 jan 2023, às 16h21. Atualizado às 16h31.

Em discurso na Casa Rosada, sede do Executivo argentino em Buenos Aires, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou nesta segunda-feira (23), que Brasil e Argentina estudam um projeto de “moeda comum” para transações financeiras e comerciais.

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“O que estamos tentando trabalhar agora é que os nossos ministros da Fazenda, cada um com sua equipe econômica, possam nos fazer uma proposta de comércio exterior e de transação entre dois países que seja feito em uma moeda comum a ser construída com muito debate e muitas reuniões. Isso é o que vai acontecer”, declarou o presidente brasileiro à imprensa.

Lula, no entanto, destacou que “não sabe tudo” sobre o assunto. “Se eu soubesse tudo o que o jornalista perguntou eu seria ministro da Fazenda e não presidente”, afirmou Lula, sem citar nominalmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que capitaneia as negociações.

“Brasil e Argentina já fizeram uma pequena experiência de fazer negócios nas moedas dos nossos países. Se não me falhe a memória, foi em 2008 que estabelecemos que os argentinos poderiam comprar pagando em sua moeda e os brasileiros na sua. Foi uma experiência tímida, porque a nossa decisão não foi impositiva, era optativa. E não foi uma coisa que influiu na força que imaginávamos”, declarou Lula na Casa Rosada.

A importância da “moeda comum”

O presidente da República afirmou que, se dependesse dele, sempre haveria comércio em moeda comum para diminuir a dependência do dólar. “Você pode fazer acordos, estabelecer um tipo de moeda para o comércio que os bancos centrais, todo mês, ou de quanto tempo quiser, façam um acerto de contas para que os países possam continuar fazendo negócios”, seguiu o presidente, sobre a “moeda comum”.

Lula afirmou ser natural que o assunto, alvo de dúvidas e comentários nas redes sociais, cause estranheza. “Eu acho que tudo que é novo precisa ser testado, porque a gente não pode no meio do século 21 continuar fazendo as mesmas coisas que fizemos no século 20.”, disse o presidente.