Montadoras do PR estão apreensivas com reforma tributária

Parlamentares paranaenses falam que falta isonomia na concessão de benefícios fiscais às montadoras do estado

por Scheila Pessoa
com informações da RICtv Curitiba
Publicado em 18 jul 2024, às 21h42. Atualizado em: 19 jul 2024 às 10h00.
POST 11 DE 13

As montadoras que têm fábricas no Paraná estão apreensivas com o texto aprovado na Câmara dos Deputados. O estado é um dos polos na produção de veículos no país.

Montadoras apreensivas com reforma tributária
Conforme o texto, já aprovado, a tributação deve atingir veículos a combustão, além de híbridos e elétricos (Foto: José Fernando Ogura/AEN)

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A projeção do governo é de uma taxa de  26,5%  para a indústria, mas automóveis e motocicletas devem ter um acréscimo do chamado  imposto seletivo. Essa tarifa  incide sobre alguns  produtos, entre eles os que agridem o meio ambiente. Segundo a proposta, os automóveis estão nesse rol.

Portanto, conforme as novas regras, a tributação deve atingir  os veículos a combustão e também os híbridos e elétricos.

Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),  Igor Calvet, a medida representa um retrocesso, pois uma taxação maior vai provocar queda nas vendas e desacelerar o mercado. Além disso, o executivo afirma que “os novos veículos poluem 20 vezes menos”.

A proposta ainda precisa passar pela avaliação do Senado Federal. Nesse sentido, os três parlamentares paranaenses devem cobrar isonomia para os benefícios fiscais concedidos para  montadoras que estão no Paraná, em relação ao Nordeste.

O que dizem os senadores paranaenses sobre a reforma tributária em relação às montadoras

Conforme o senador Flávio Arns (PSB-PR), “montadoras do Nordeste teriam benefícios fiscais até o ano de 2025 e foram prorrogados até o ano de 2032. Temos que verificar os impactos de benefícios a favor da população brasileira e ao mesmo tempo se não está havendo uma competição desleal, no que se proporciona para o Nordeste em comparação com as nossas montadoras do Sul e Sudeste queremos isonomia”.

Sérgio Moro (União) é outro senador do estado que também não concorda com os benefícios fiscais para uma região específica. “Na regulamentação estão ampliando benefícios fiscais de montadoras no Nordeste. Nada contra o Nordeste, mas uma reforma tributária que seja para todos não pode discriminar os demais estados e prejudicar as indústrias do Paraná”, afirma.

Já Oriovisto Guimarães (Podemos) teme que não haja tempo suficiente para uma avaliação mais aprofundada, “a minha preocupação é que não tenhamos tempo para analisar isso como deve ser analisado”.

O presidente da Associação dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), Ricardo Alípio da Costa, espera que com esses ajustes feitos no Senado, a reforma finalmente fique organizada  de maneira que o setor considere justa, “espero que os tributos sejam lineares que não haja tanta distorção”.

Alguns trechos do projeto de lei devem ser alterados durante a tramitação no Senado.

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