Panorama pós-Covid apontam para oportunidades de investimentos em infraestrutura na América Latina
O cenário pós-pandemia da Covid-19 é promissor para as empresas da América Latina, que devem se beneficiar de investimentos em infraestrutura, essenciais para a retomada econômica da região. A previsão é do economista Carlos Ronderos, ex-ministro do Comércio da Colômbia e diretor executivo para a América Latina do WTCA, entidade internacional que coordena os mais de 326 escritórios da marca no mundo. Uma das vozes mais respeitadas no Cone Sul em análise macroeconômica, Ronderos vai mediar a live “LATAM: Oportunidades de Investimentos na Região Pós-pandemia”, com a presença de executivos do World Trade Center no Brasil, México, Colômbia e Peru. O encontro é promovido pelo World Trade Center (WTC) Curitiba e está marcado para a próxima terça-feira (15), às 10h, pelo canal do WTC no YouTube. As inscrições são gratuitas .
Carlos Ronderos vai conversar com os CEOs do WTC Guanajuato e Nuevo Laredo, Jorge Acevedo; do WTC Cartagena, Juan Pablo Velez; do WTC Lima, Juan Carlos Mathews; e WTC Curitiba e Joinville, Josias Cordeiro. Na entrevista a seguir, ele antecipa algumas das tendências que serão abordadas no debate e que devem nortear o planejamento das empresas que atuam no comércio exterior ou pretendem iniciar processos de internacionalização.
Quais são as principais oportunidades de investimentos na América Latina para 2021, a partir das estratégias de negócios do WTCA?
As oportunidades são diferentes de acordo com cada país, mas já se vislumbram grandes investimentos em infraestrutura no cenário pós-Covid, principalmente pelo poder público, algo necessário para reativar as economias locais. Em segundo lugar, oportunidades de aquisições e fusões de empresas que necessitam de capital, com estão com preços mais acessíveis em razão da desvalorização das moedas. Em setores industriais essenciais e associados à infraestrutura.
Por fim, os investimentos tradicionais na América Latina, região que recebe bastante aportes estrangeiros, como no setor de minérios, o cobre no Chile, o carvão e petróleo na Colômbia. Essas diferentes opções de minérios energéticos são muito importantes.
Na sua opinião, como a mudança política nos Estados Unidos, com o governo Biden, poderá afetar as relações comerciais com a América Latina? Pode existir uma interferência ideológica?
Analiso que a mudança na administração dos Estados Unidos vai melhorar a relação comercial com os países da América Latina, primeiro por que a questão ideológica deve sair da pauta, algo que vinha sendo marcado anteriormente, por países de direita ou de esquerda. Essas relações devem ser construídas com base nas realidades e oportunidades que temos.
Por outro lado, para países que possuem tratados de livre comércio com os Estados Unidos, como Peru, Chile, Colômbia e países da América Central, existia o risco de uma renegociação dos tratados, como no caso do Nafta, com o México. São tratados com cláusulas severas em matérias trabalhistas, ambientais e que podem ameaçar, até certo ponto, as vantagens competitivas desses países. Com regras de jogo claras, com a continuidade desses tratados e a abertura de negociação de novos tratados, com países dispostos à relação bilateral, como o Brasil e o Uruguai, a região pode se fortalecer como polo comercial, mais fluida, para atração de investimentos externos.
Quais são as principais ações de internacionalização que o WTCA tem acompanhado regionalmente, em relação a Brasil, Colômbia, Peru e México?
O WTCA vem fortalecendo sua infraestrutura e sua conectividade em todos esses países. Suas ações já são consolidadas e bem conhecidas nos meios empresariais e de negócios em que atua, tendo um maior enfoque na internacionalização em países como o Brasil. Destaco as ações do WTC Curitiba e Joinville, bem como o WTC São Paulo, focos muito importantes de congregação de empresários interessados em internacionalizar.
Na live que faremos do dia 15 de dezembro, conheceremos mais sobre as estratégias da região do Caribe colombiano, apresentadas pelo CEO do WTC Cartagena; igualmente nosso colega do Peru, que foi vice-ministro do comércio, grande conhecedor do cenário peruano; e o CEO do WTC Guanajuato e Nuevo Laredo, do México, trazendo aspectos importantes sobre a fronteira com os Estados Unidos, uma das mais ativas do mundo em comércio exterior.
Como fomentador de políticas globais, o WTCA é um grande fórum de debates, oportunidades e reciprocidade, bem como de modernização da plataforma de intercâmbio de informação entre os World Trade Centers individuais de cada país, ajudando a estimular a internacionalização, parte fundamental de nossa missão.
Em resumo, quais seriam os principais atrativos para investimentos estrangeiros na América Latina? Quais os principais destaques em negócios na região?
São vários atrativos pós-Covid na América Latina, mas quero destacar um em particular: com a disrupção das cadeias de produção, empresas que têm negócios com países da Ásia tiveram suas rotas comerciais desviadas ou interrompidas pela pandemia. Isso acabou fazendo com que as estratégias existentes de offshore nos Estados Unidos e Canadá se convertessem em nearshore com outros países – ou seja, a terceirização de trabalhos de TI em empresas de países que compartilham fronteira, pela facilidade de viagens e comunicação, além da redução de custos. Saindo da esfera dos países da América do Norte, o nearshore abre oportunidades para centros produtivos na América Latina abastecerem essas cadeias de produção.
Isso com certeza é um grande atrativo, não somente pela atração de investimentos, mas pela ampliação de serviços e zonas francas na nossa região, como é o caso do Uruguai, da Colômbia, República Dominicana e outros com incentivos fiscais que permitem que as empresas lá instaladas aumentem sua competitividade. Para outros detalhes, convido os interessados a participarem da nossa transmissão na próxima terça-feira (15).
Serviço:
Live “LATAM: Oportunidades de Investimentos na Região Pós-pandemia”
15 de dezembro (terça-feira), às 10h
No Canal do Youtube do WTC Curitiba
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