Preços das moradias são pressão persistente para inflação da zona do euro, mostra estudo do BCE

Publicado em 21 set 2021, às 08h57. Atualizado às 09h00.

FRANKFURT (Reuters) – Os preços das moradias, que atualmente não fazem parte dos dados de inflação da zona do euro, teriam elevado persistentemente os preços ao consumidor nos últimos anos, mostrou um estudo publicado pelo Banco Central Europeu nesta terça-feira, destacando o desconforto das autoridades com o indicador atual.

Uma vez corrigida para incorporar os custos de habitação, a inflação da zona do euro teria atingido ou mesmo excedido a meta do BCE em alguns anos, mesmo quando o banco estava fornecendo um estímulo extraordinário para elevar os preços, mostraram os dados do estudo.

O documento, parte da recente revisão da estratégia do BCE, concluiu que os custos de habitação teriam levado a leituras de inflação “persistentemente mais altas” desde cerca de 2014 e, entre 2018 e 2020, a inflação teria sido cerca de 0,2 a 0,3 ponto percentual mais elevada.

O BCE interrompeu as compras de ativos conhecidas como flexibilização quantitativa no final de 2018, e os números sobre os preços da habitação parecem apoiar o argumento das autoridades conservadoras na época de que a evolução da inflação teria permitido uma retirada dessas medidas mais cedo.

Embora o BCE não calcule dados da inflação, a autoridade monetária disse em julho que considerará estimativas sobre o custo da habitação no cálculo da inflação até que a Eurostat, a agência de estatísticas da UE, ajuste a medida mais ampla.

(Por Balazs Koranyi)

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