5,5 milhões de crianças e jovens não frequentaram as aulas online durante a pandemia

por Carol Machado
da equipe de estágio sob supervisão de Guilherme Barchik
Publicado em 26 fev 2021, às 09h27.

Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou o relatório “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar” exibindo o panorama da educação no Brasil antes e durante a pandemia do novo coronavírus. Com o novo cenário mundial a educação passou a contar com as aulas online, porém boa parte dos estudantes não participaram das aulas.

Um dos dados mais alarmantes mostra que, em outubro de 2020, 5,5 milhões de crianças e jovens de 6 a 17 anos “não frequentavam a escola” ou “não tiveram acesso a atividades escolares” e “não estavam de férias”.

Segundo George Balbino, vice-presidente da multinacional de tecnologia e educação Mangahigh, um dos fatores que compõem esse cenário é o distanciamento do senso de comunidade escolar que ocorreu em 2020

“Muitos alunos nem sequer conheceram seus professores e seus colegas de classe, não há um vínculo emocional”.

Neste ano, com a perspectiva da predominância do ensino híbrido no país, há outros desafios e Balbino elenca dois: a disciplina na hora do estudo – como não há isolamento, mas distanciamento, crianças podem querer brincar com os vizinhos ao invés de estudar, por exemplo; a composição dos horários por parte da família para acompanhar as atividades escolares, já que muitos pais voltaram a trabalhar no formato presencial.

A pesquisa também mostrou que há menor frequência entre estudantes negros e indígenas, reforçando a necessidade de medidas específicas para esses grupos.

Como a tecnologia pode minimizar a evasão escolar?

A evasão escolar e o distanciamento dos jovens da escola são questões que vêm sendo debatidas há anos no país e possuem diversas causas socioeconômicas. No contexto atual, uma maneira de frear esse movimento que ganhou mais força com a pandemia, é no uso de ferramentas digitais.

Por meio das avaliações diagnósticas será possível compreender no nível individual e em cada classe os problemas de aprendizagem que ocorreram no ano passado.

“Com resultados instantâneos, o docente pode começar a elaborar um plano mais assertivo. A tecnologia vem tirar um fardo muito grande das costas do professor”.

Explica Balbino

Uma outra vantagem dessa abordagem é a avaliação em nível individual.

“As flutuações de aprendizagem serão diferentes para cada aluno”. O especialista pontua que um estudante com dificuldade pode desenvolver uma fobia com uma determinada matéria, fazendo o seu engajamento cair. No entanto, “com o trabalho individualizado, o aluno ganha mais confiança e retoma o ritmo junto à turma”.

Balbino também aponta a gamificação como uma ferramenta potente para engajar os alunos no aprendizado. Algumas maneiras de fazer isso são: competições, distribuição de prêmios e medalhas.

“Os games tornam a experiência de aprendizagem muito prazerosa e é uma estratégia importante para manter os estudantes motivados”, finaliza Balbino.