Aprovação de colégios cívico-militares chega a 89%

por Guilherme Becker
com informações da Agência de Notícias do Paraná
Publicado em 4 nov 2020, às 07h38.

O balanço parcial da consulta pública para adoção do modelo cívico-militar em escolas do Estado, apresentado pela Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná nesta terça-feira (03), aponta que, das 216 instituições escolhidas, 197 já encerraram o processo e 176 aprovaram a mudança. Outras 21 optaram pela manutenção do modelo tradicional. A consulta pública, aberta à comunidade escolar, segue ainda em 19 escolas.

Nas instituições em que a consulta pública já foi finalizada, a aprovação é de 89%. Se considerar todas as escolas, incluindo aquelas que o processo ainda será finalizado nesta quarta-feira (4), 81% dos 216 colégios selecionados já tiveram a aprovação confirmada.

O processo de consulta pública começou na terça-feira, dia 27, e foi prorrogado durante o final de semana, conforme a lei que regulamenta os colégios cívico-militares. Para que seja concluída a consulta, é necessário quórum de mais da metade dos votantes com ‘sim’ ou ‘não’ para a mudança. Os 19 colégios que ainda não atingiram o quórum têm até às 20 horas desta quarta-feira (04) para finalizar a votação.

Até o momento, 72.615 pessoas já votaram na consulta pública. A comunidade escolar de cada uma das 216 instituições é composta por pais e responsáveis dos alunos, professores, funcionários da escola e estudantes a partir de 18 anos. Nas escolas que aprovaram a migração do modelo tradicional para o cívico-militar, a implantação do novo modelo será em fevereiro de 2021, com o início do calendário escolar.

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Como participar da consulta pública dos colégios cívico-militares

É necessário levar documento pessoal com foto para a votação, e recomenda-se que cada pessoa tenha sua própria caneta. Pais ou responsáveis votam de acordo com o número de matriculados sob sua tutela na escola, ou seja, uma mãe com três filhos pode votar até três vezes.

Estão sob consulta da comunidade colégios em regiões com alto índice de vulnerabilidade social e baixos índices de fluxo e rendimento escolar, conforme a legislação aprovada pela Assembleia Legislativa. São necessárias também ao menos duas escolas estaduais na área urbana nas cidades com consulta.

Para que a implementação seja efetivada, é preciso que mais de 50% das pessoas aptas a votar participem da consulta e que a maioria simples dos votantes (50% e mais um voto) seja favorável ao programa — o maior do país na área, com investimento de R$ 80 milhões, direcionado a cerca de 129 mil alunos.

As escolas contarão com aulas adicionais de Português, Matemática e Civismo, possibilitando aos estudantes o aprofundamento no estudo sobre leis, Constituição Federal, papel dos três poderes, ética, respeito e cidadania. No Ensino Médio, haverá, ainda, a adição da disciplina de Educação Financeira.

Além de questões curriculares, outra mudança trazida pela nova modalidade de ensino — que será aplicada em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio — é a gestão compartilhada entre civis e militares. O diretor-geral e o diretor auxiliar permanecem sendo civis e as aulas continuam sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto o diretor cívico-militar será responsável pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá, também, de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.