Com corte de 75% nas verbas de custeio, UEM não tem como voltar às aulas presenciais, diz reitor

Publicado em 31 maio 2021, às 19h47.

Após a Universidade Estadual de Maringá (UEM) ter sua verba de custeio cortada em 75%, o reitor da instituição, Julio César Damasceno, afirmou que a Universidade não tem como voltar às atividades presenciais.

Segundo ele, é necessário um repasse de cerca de R$ 20 milhões para que todas as reestruturações das instalações sejam feitas e que funcionários necessários sejam contratados.

Damasceno expõe que o orçamento anual para manutenção da universidade em 2020 foi de R$ 23,5 milhões. Já este ano, a previsão é de R$ 5,8 milhões de repasses estaduais.

“Nós não temos um quadro de servidores para fazer o trabalho necessário, em função das aposentadorias e não recontratação. Hoje a UEM tem mais de 1 mil servidores entre técnicos e docentes não repostos, e a gente depende da contratação de terceiros para poder fazer isso”,

disse Damasceno.

A UEM informou que tem 17 obras em andamento no campus da universidade, porém apenas duas têm recursos liberados para conclusão.

“O retorno é vinculado a uma estruturação da universidade. Muitas das estruturas são antigas, então precisamos adequar essas estruturas para colocar em conformidade com os protocolos de biossegurança”,

explica o reitor.

O outro lado

De acordo com a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) do Estado – secretaria a qual a UEM é subordinada – os gastos cortados se resumem exclusivamente a gastos de custeio, como água, luz, manutenção, entre outras despesas. Salários e custos destinados a infraestrutura (como novas obras, reformas e construção) não se enquadram neste percentual de corte.

Segundo a Secretaria, o corte dos gastos custeados se deu devido ao meio remoto oferecer menos custos desta natureza. Como os repasses são analisados trimestralmente, a decisão desta verba se deu em setembro de 2020, quando o modelo presencial não era uma realidade.

Diante de tais mudanças, a Secretaria informou que as Universidades podem pedir uma suplementação em relação a verba de custeio diante de uma necessidade devido a volta presencial. Após verificar a justificativa da Instituição e aprova-la, o repasse é feito a partir do terceiro trimestre do ano à Universidade.