Material didático para professores do PR define "mentalidade rica” e “pobre" e é criticado
Um material didático de apoio aos professores da rede estadual do Paraná gerou polêmica ao associar determinados comportamentos como “mentalidade rica” e ” mentalidade pobre”. O documento seria usado por professores em turmas do 6º ano na disciplina de educação financeira para o Ensino Fundamental em Tempo Integral (EFTI) da rede estadual do Paraná.
No material, a orientação é de que uma “mentalidade rica” assume os próprios erros, tem ânsia de aprender, planeja o futuro e admira pessoas de sucesso, entre outras definições. E que uma “mentalidade pobre” culpa os outros e o governo, fala de itens supérfluos, não se sente merecedor do dinheiro, despreza pessoas bem-sucedidas e trabalha pelo dinheiro.
A utilização do material foi criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato) e exposta nas redes sociais da entidade nesta quinta-feira (9).
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Na postagem do Twitter, a APP Sindicato chama de “Estigmatização da pobreza. Glorificação do dinheiro”, além de “total ignorância sobre a realidade dos estudantes da escola pública.”
Posicionamento da Secretaria de Estado da Educação do Paraná
Segundo a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), o material foi produzido por um professor, servidor da rede estadual, e estava disponível na plataforma de Registro de Classe On-line da Rede de Ensino (RCO), que disponibiliza material de referência para as aulas dos professores. A secretaria também explica que os docentes têm autonomia para alterá-los ou não utilizá-los.
A SEED-PR informa que o material foi retirado do RCO, além de abrirem um procedimento interno para avaliar como o material foi produzido e como foi disponibilizado na plataforma. “Ele (o material) não condiz com a visão da pasta sobre educação financeira. A ideia é educar financeiramente os alunos. Não rotulamos, julgamos ou dividimos as pessoas. A secretaria reforça, ainda, que já dialogou com a APP-Sindicato, que registrou a posição da secretaria no seu comunicado.”