Material didático para professores do PR define "mentalidade rica” e “pobre" e é criticado

por Arion Wolff
com informações do SEED-PR e supervisão de Fernando Araújo
Publicado em 10 fev 2023, às 17h57. Atualizado às 18h00.

Um material didático de apoio aos professores da rede estadual do Paraná gerou polêmica ao associar determinados comportamentos como “mentalidade rica” e ” mentalidade pobre”. O documento seria usado por professores em turmas do 6º ano na disciplina de educação financeira para o Ensino Fundamental em Tempo Integral (EFTI) da rede estadual do Paraná.

No material, a orientação é de que uma “mentalidade rica” assume os próprios erros, tem ânsia de aprender, planeja o futuro e admira pessoas de sucesso, entre outras definições. E que uma “mentalidade pobre” culpa os outros e o governo, fala de itens supérfluos, não se sente merecedor do dinheiro, despreza pessoas bem-sucedidas e trabalha pelo dinheiro.

A utilização do material foi criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato) e exposta nas redes sociais da entidade nesta quinta-feira (9).

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Na postagem do Twitter, a APP Sindicato chama de “Estigmatização da pobreza. Glorificação do dinheiro”, além de “total ignorância sobre a realidade dos estudantes da escola pública.”

Posicionamento da Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Segundo a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), o material foi produzido por um professor, servidor da rede estadual, e estava disponível na plataforma de Registro de Classe On-line da Rede de Ensino (RCO), que disponibiliza material de referência para as aulas dos professores. A secretaria também explica que os docentes têm autonomia para alterá-los ou não utilizá-los.

A SEED-PR informa que o material foi retirado do RCO, além de abrirem um procedimento interno para avaliar como o material foi produzido e como foi disponibilizado na plataforma. “Ele (o material) não condiz com a visão da pasta sobre educação financeira. A ideia é educar financeiramente os alunos. Não rotulamos, julgamos ou dividimos as pessoas. A secretaria reforça, ainda, que já dialogou com a APP-Sindicato, que registrou a posição da secretaria no seu comunicado.”