Paraná determina volta das aulas presenciais e pega alunos de surpresa
“Quem não voltar à sala de aula vai levar falta“. É o que diz o bilhete do Colégio Estadual Costa Viana, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A Secretaria de Saúde do Paraná emitiu um ofício que determina a volta obrigatória das aulas presenciais. A novidade veio de um dia para o outro e pegou alunos e pais de surpresa.
“Além de mandar meu filho obrigada para a escola, eu ainda sou responsável caso meu filho seja contaminado”,
diz Luiz Helena, mãe de aluno, em entrevista ao RIC Notícias.
Desde agosto, a secretaria de Educação tenta encontrar formas de retomar as aulas presenciais de forma urgente. O governo enviou um ofício aos núcleos de educação que não obriga o retorno de todos, mas pede que os pais enviem por escrito o motivo da permanência dos filhos nas aulas remotas, sendo tolerados casos de alunos com alguma comorbidade ou falta de transporte escolar.
“O prejuízo é muito grande depois de um ano e meio dos estudantes fora de sala de aula”,
diz o diretor da escola, Roni Vieira.
Com doença pulmonar crônica, a Kamily não se sente segura para voltar. Ela precisa apresentar um atestado para poder continuar em casa, mas o documento demora 15 dias para ficar pronto.
“Cada dia que você entra na escola são cinco falta, para mim vai dar 60 faltas”
diz a jovem
Como ela e o irmão fazem curso técnico complementar, se forem reprovados por faltas, eles vão perder a vaga.
“Queremos que o estado deixe como está até o final do ano. Falta apenas três meses para terminar o ano”,
pede Márcia dos Santos, mãe de Kamily.
O secretário de Educação Renato Feder garante que as escolas são ambientes seguros e que todas as medidas para evitar a disseminação do coronavírus foram tomadas.
“Estamos convidando os pais a levarem os filhos para escola com distanciamento. As escolas públicas estão muito preparadas. Todo o protocolo está sendo seguido: máscara, álcool em gel e sobretudo distanciamento. Qual o grau de contaminação dentro da escola? Baixíssimo, quase zero”,
disse Feder em entrevista ao Paraná no Ar nesta quarta-feira (15).