Professores da rede estadual do PR definem data de greve por tempo indeterminado

Além da data-base, a categoria é contra a privatização de 200 colégios públicos e o fim da terceirização do cargo de funcionários dos colégios

Publicado em 26 maio 2024, às 09h36. Atualizado às 09h50.

Professores da rede estadual de ensino do Paraná aprovaram em assembleia, neste sábado (25), uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de junho. Entre as justificativas está a privatização de 200 colégios públicos pelo governo do estado a partir de 2025 e o fim da terceirização do cargo de funcionários dos colégios. Além disso, a categoria reivindica o pagamento da data-base, cuja dívida seria de mais de 39% com os educadores e servidores.

Professores da rede estadual do PR aprovam greve por tempo indeterminado
A greve dos professores do Paraná será por tempo indeterminado (Foto: Hedeson Alves/AEN)

De acordo com o o Sindicato dos Trabalhadores em Escola Pública do Paraná (APP-Sindicato), mais de quatro mil educadores participaram do debate, que decidiu pela paralisação das atividades.

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“Nós precisamos do engajamento nessa frente de luta de todos(as) os(as) professores(as) e funcionários(as), independente do contrato. Nós precisamos do engajamento, nessa luta, de pais e mães e de toda a comunidade paranaense, pois é o direito de acesso a uma escola pública de qualidade que está sendo negado”, explica a presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto.

Educadores reclamam de repasse de escolas a empresas privadas

Nesta segunda-feira (27), o governador Carlos Massa Ratinho Jr deve enviar à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o projeto do Programa Parceiro da Escola. Trata-se do repasse para empresas privadas, a partir de 2025, a gestão administrativa e financeira de cerca de 200 colégios estaduais com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em áreas de vulnerabilidade social.

O anúncio foi do líder do governo e presidente da Comissão de Educação da Alep, o deputado Hussein Bakri (PSD). Ela aconteceu em uma reunião com cerca de 40 deputados da base aliada e cinco secretários de estado, na última terça-feira (21).

Conforme Walkiria, em um primeiro momento a APP luta para que o projeto seja retirado da pauta. Do contrário, afirma a educadora, a ideia é organizar as comunidades e rejeitar a medida.

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“Este programa é o fim da escola pública, talvez essa seja a luta das últimas décadas mais importante para nós. Fazemos luta todo ano, defendemos uma escola pública de qualidade todo ano, mas nunca nos deparamos com um projeto que acaba com a escola pública. Se este programa for aprovado e implantado nas escolas, nós vamos travar uma luta para manter uma escola aberta”, alerta a presidente da APP.

Manifestação dos professores na Alep

Além do início da greve no dia 3 de junho, os professores programam para um ato estadual em Curitiba. No dia 4 de junho eles devem realizar uma audiência pública do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES). Também está prevista uma manifestação durante a sessão na Alep.

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