Crítica | Matrix Resurrections
Lançado em 1999, Matrix revolucionou a indústria do cinema e as nossas mentes. Apresentou ideias inovadoras e extremamente interessantes, o filme mexeu com nossa cabeça sobre o que é a realidade e como poderíamos ser manipulados pelas máquinas. Quase uma premunição da realidade dos dias de hoje, com as fake news e os robôs das redes sociais. Matrix, o original, nunca foi tão atual.
Matrix Resurrections, toma uma caminho totalmente novo, mas nada inovador. A nova produção não se conecta visualmente com a trilogia original. O filtro esverdeado que marcou a trilogia original dá espaço para um tom azulado, mostrando desde o começo, que são filmes distantes.
Praticamente tudo no novo filme é diferente, traz uma narrativa mais cômica que nas anteriores, a história traz boas discussões, mas não é nada original. É um filme gostoso de assistir, mas rapidamente descartado.
O novo longa reapresenta Neo, como um desenvolvedor de jogos bem-sucedido, que precisa fazer sequências para a franquia que ele iniciou anos atrás. Apreensivo com essa ideia, ele começa a perceber que as coisas não fazem sentido. Para descobrir se sua realidade é uma construção física ou mental, o Sr. Anderson, terá que escolher se segue o coelho branco mais uma vez. Agora ele já sabe que a escolha, embora seja uma ilusão, é a única maneira de sair ou entrar na Matrix. Neo já sabe o que deve fazer, o que descobre é que a Matrix está mais forte e perigosa do que nunca.
O filme consegue aliar o passado com o presente, mas exagera um pouco no flashback, e fica parecendo uma cópia da própria franquia. Matrix ficou conhecido por suas cenas de ação, que foram revolucionárias, e por isso, copiadas por outros filmes. No entanto, as cenas de ação em Matrix Resurrections, ainda que bem-feitas e satisfatórias, são genéricas e menos impactantes. Tudo ali, já vimos antes em obras similares, e isso pode ser um pouco decepcionante. Mas afinal, ainda é possível revolucionar o cinema? Se a resposta for sim, não vai ser dessa vez que saberemos.
O elenco traz de volta Keanu Reeves como Neo (em seu visual de John Wick), vemos o Reeves mais à vontade no personagem, e também a Carrie Anne-Moss, como a Trinity, que ganhou mais visibilidade e se torna a alma do filme. A química entre os dois é muito boa, e funciona como uma história de amor atemporal. O elenco também conta com Jonathan Groff, Jessica Henwick e Neil Patrick Harris.
A produção tem um fan service que vai deixar os fãs doidos. Matrix Resurrections é uma deliciosa nostalgia, refrescante mas um pouco decepcionante, visto que poderia ser algo mais grandioso e inovador. Mas afinal, ainda é possível revolucionar o cinema? Se a resposta for sim, não é nessa Matrix que vamos ver isso.
Matrix Resurrections estreia nos cinemas 22 de dezembro.
Curiosidades das filmagens
Agente Smith
Hugo Weaving foi originalmente abordado para reprisar seu papel como Agente Smith, mas ele teve que recusar devido a conflitos de agenda com outros filmes.
Tecnologias
Este será o primeiro filme Matrix a ser rodado digitalmente, ao contrário dos três primeiros filmes que foram rodados no formato Super 35.
Personagens que trazem conforto
De acordo com Lana Wachowski, sua decisão de trazer de volta Neo e Trinity para a sequência foi inspirada pela perda de seus pais (que morreram com apenas cinco semanas de intervalo) e de um amigo próximo. O processo de escrita foi sua forma de se consolar diante da morte. Ela também define Neo e Trinity como os dois personagens mais importantes de sua vida. Para Lily Wachowski, por outro lado, sua decisão de não retornar a Matrix foi devido ao luto que ela sentia pelos mesmos motivos.