Teatro de Comédia do Paraná estreia novo espetáculo no Festival de Curitiba 2020

por Thamany
equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 11 mar 2020, às 00h00.

Apresentado no Festival de Curitiba 2020, “TodoMundo”! parte do Teatro de Moralidade Medieval para falar de forma bem humorada sobre finitude, solidão e o sentido da vida. Trata-se do novo trabalho do Teatro de Comédia do Paraná (TCP), que tem elenco formado por 12 atores curitibanos – entre eles Ranieri Gonzalez, Sid Corrêa, Luiz Felipe Leprevost e Pagu Leal.

Indicada ao Pulitzer em 2018, a obra do norte-americano Jacobs-Jenkins ganha montagem brasileira dirigida por Rodrigo Portella. Assim, as apresentações na 29ª edição do Festival de Curitiba, dentro da programação da Mostra 2020, serão nos dias 25 e 26 de março, às 21 horas, no Guairinha.

Trama de peça do Festival de Curitiba 2020 lida com temas fortes

A trama é simples: Deus está insatisfeito com parte de sua criação: a humanidade. A fim de corrigir seu erro, ordena que sua assistente, a Morte, busque TodoMundo para uma inesperada prestação de contas onde ele deverá apresentar um balanço de como usou seu tempo de vida na Terra.

Assim, diante da derradeira viagem, TodoMundo reflete sobre suas escolhas, crenças, relações e questiona o sentido da própria existência. Ao negociar com a Morte, ganha um tempo para encontrar alguém que aceite ir com ele nessa jornada sinistra. Durante o percurso, entre sonhos e memórias, o personagem parece tentar entender o que está acontecendo.

A peça parece se desenvolver na irônica tensão entre as personagens alegóricas da moralidade medieval e as complexidades do mundo contemporâneo: heterogêneo e ambíguo, transitando entre o humor debochado e uma espécie de densidade poética que brota das questões existências levantadas.

Peça possui diferentes versões em cada apresentação

Para representar a aleatoriedade da morte, os cinco atores que fazem o personagem TodoMundo são sorteados ao vivo a cada cena, abrindo milhares de combinações possíveis. De modo que a probabilidade de um mesmo espectador assistir a mesma peça será ínfima. Dessa mesma forma, as possibilidades de leitura da obra são inúmeras.

Jenkins propõe um emaranhado de linguagens atravessadas que é acentuado pela direção.

Isso ocorre, porque Jacobs insere a experiência e o edifício teatral na trama. Se eu tivesse que definir um lugar onde a peça se passa eu diria: em um teatro”, afirma o diretor.  

Nesse contexto, a cenografia de Fernando Marés busca reforçar a materialidade do edifício teatral e sua mobilidade em função do jogo da cena, contribuindo para aumentar a tensão entre o real e o ilusório proposta pela direção. Os figurinos também operam nessa tensão: a maior parte da indumentária é composta por roupas dos próprios atores.

Para o diretor, é inegável o caráter apocalíptico presente na obra:

Sabemos que se um plano de salvação não for urgentemente colocado em prática, nossa vida na terra estará comprometida muito em breve. E pra mim é exatamente sobre isso que a peça fala: nós passamos por aqui tão distraídos, tão preocupados com nossa pequena existência, que esquecemos que a vida aqui é só uma breve passagem”. 

Acompanhe todas as novidades e informações da Mostra 2020 do Festival de Curitiba pelo site www.festivaldecuritiba.com.br, pelas redes sociais disponíveis, no Facebook @fest.curitiba, pelo Instagram @festivaldecuritiba e pelo Twitter @fest_curitiba

FICHA TÉCNICA

  • Texto: Branden Jacobs-Jenkins.
  • Direção: Rodrigo Portella.
  • Elenco: Ane Adade, Carolina Meinerz, Gabriel Gorosito, Helena de Jorge Portela, Lucas dos Santos, Luiz Felipe Leprevost, Marcella Prata, Pagu Leal, Ranieri Gonzalez, Renet Iyon, Sidy Correa, Zeca Cenovicz.
  • Tradução e adaptação: Diego Teza.
  • Dramaturgista: Milla Fernandez.
  • Trilha original e direção musical: Gilson Fukushima.
  • Iluminação: Beto Bruel.
  • Cenário: Fernando Marés.
  • Figurino: Paulo Vinícius.
  • Projeto gráfico: José Vitor Cit.
  • Preparação corporal: Ane Adade.
  • Interlocução artística: Mauro Zanatta.
  • Tradutora de libras: Talita Sharon.
  • Assistência de direção: Helena Portela.
  • Assistente de cenografia: Fabiano Hoffmann.
  • Adereço de figurino e cenário: Ricardo Garanhani.
  • Costura: Rose Matias.
  • Operador de luz: Marcos Euclide.
  • Operador de som: Marcos Rocha.
  • Cenotécnicos: Ricardo dos Santos.
  • Fotografia: Maringas Maciel.
  • Produção: Áldice Lopes, Diego Bertazzo, Daniel Militão e Rosangela Corbani.

Produzido pelo Teatro de Comédia do Paraná.

Serviço

O que: “TodoMundo!” no Festival de Curitiba 2020
Quando: 25 e 26/03 às 21h
Onde: Teatro Guairinha (R; Xv de Novembro, 971)
Valores:  R$ 80,00 (inteira)
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br, pelo aplicativo “Festival de Curitiba 2020”, e nas bilheterias físicas do ParkShoppingBarigui (piso inferior – Sul), de segunda a sexta-feira, das 11h às 23h; sábado das 10h às 22h e domingos das 14h às 20h; e no Shopping Mueller (piso L3), de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.

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