"Homem ao Vento" revela bastidor de ensaio teatral com texto sobre relações humanas
Uma mesa de ensaio onde nove atores fazem a leitura dramática de um texto que explora a complexidade das relações humanas, sobretudo as familiares, é o que o dramaturgo e diretor Marcos Damaceno propõe no espetáculo “Homem ao Vento”, em cartaz até domingo (8), no Fringe.
A metalinguagem teatral se torna irresistível quando o atrito entre as personagens começa a se misturar com as inquietações do elenco, que passa a disputar os papéis ao longo do ensaio, revelando sentimentos que fazem parte da vida do ator, como insegurança, ego e vaidade.
Neste contexto, a plateia, que também está sentada em volta da mesa de ensaio, é envolvida pela tensão das cenas que, às vezes, parecem improvisadas. A sensação é de que, a qualquer momento, algum ator vai sucumbir à tanta pressão e abandonar o teatro. Mas, segundo o diretor, o ritmo do texto não dá espaço para improvisos.
“O barato da peça é justamente isso: a gente conseguir criar a sensação de espontaneidade em algo que foi demoradamente elaborado e marcado”, afirma Damaceno. “Tudo que parece que é improvisado, na verdade foi pensado, escrito e ensaiado vírgula por vírgula”, completa o diretor.
O cuidado minucioso da performance dos atores e o foco na palavra, vistos em “Homem ao Vento”, são, na verdade, características comuns aos trabalhos da companhia. E é justamente o elenco talentoso e afinadíssimo que garante a excelência do trabalho proposto por Damaceno com codireção da atriz Rosana Stavicom.
Serviço
Local: Casa do Damaceno.
Data: Até 8 de abril. De quinta a domingo, às 19h.
Ingresso: Pague quanto quiser.
Classificação etária: 16 anos