Kiss arrasta multidão à Pedreira em último show da banda em Curitiba; veja como foi
Antes das 14h desta quinta-feira (28), uma fila de aproximadamente cem metros, foi formada por fãs ansiosos em frente a entrada da Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. Os três primeiros dormiram em barracas desde segunda-feira (25), em busca do melhor lugar para acompanhar o show da turnê de despedida da banda Kiss. Ao longo do dia pessoas de cara pintada e roupas pretas tomaram conta da cidade, nos ônibus e nas ruas, a caminho da apresentação.
No horário em que o show já estava previsto para começar, 20h, a fila na frente da Pedreira ainda passava do restaurante Mangiato Bene, na João Gava. Os fãs do lado de fora estavam nervosos com medo de perder o início da apresentação, mas deu tudo certo. A música “Rock and Roll” de Led Zepellin, que sempre toca antes das apresentações do Kiss, ecoou pela Pedreira pouco depois das 20h40.
O público da pista precisou dividir-se em dois lados, pois a banda montou um palco secundário bem no meio do espaço. As 20 mil pessoas presentes lotaram todas as áreas, inclusive o camarote. Várias pessoas foram vistas amontoadas em terrenos no alto, nos arredores da Pedreira, tentando acompanhar o show de longe (e de graça).
Show histórico
Detroit Rock City abriu o show. Um vídeo da banda saindo do backstage apareceu nos telões enquanto eles já estavam no alto de grandes plataformas que desceram até o palco, em meio a fogos e explosões.
A voz de Paul Stanley já não é a mesma, mas ele estava muito feliz e ativo no palco. O vocalista falou o nome de Curitiba uma dezena de vezes e interagiu muito com o público. Inclusive, disse que era fã de pinga e lembrou que já esteve na capital paranaense em 2015. Repetindo o que fez há sete anos, foi ele quem saltou em uma tirolesa para o palco secundário, no meio da apresentação, e cantou a disco I Was Made For Loving You.
As luzes do palco formavam desenhos nas rochas da Pedreira e iluminavam um público com brilho nos olhos e sorriso no rosto. Durante a apresentação milhares de celulares registraram o último show da banda em Curitiba. Em um deles, um rapaz mandava vídeos para os amigos de um grupo de WhatsApp com o nome “Piazada”, confortando os colegas que não puderam comparecer. Em outro, o vídeo foi interrompido pela ligação da mãe.
Os gritos dos fãs pareciam botar para fora o alívio de poder estar novamente em um ambiente de show, depois de anos de picos de casos na pandemia do Coronavírus. Vários, antes da apresentação, pagaram caro para conhecer a banda de perto e interagir. Infelizmente, justamente por conta da pandemia, essa interação e as fotos tiveram um acrílico separando a banda dos fãs. Medida de segurança, já que os fundadores do grupo, Paul Stanley e Gene Simmons, já passaram dos 70 anos e já sofreram com o Coronavírus.
Durante o show, porém, ficou claro que a idade não importa. O solo de guitarra de Tommy Thayer, de 61 anos, “explodiu” as plataformas que estavam sobre o palco. Claro, um efeito cenográfico. O solo de baixo do gigante Gene Simmons demonstrou por que ele é conhecido como “The Demon”. Ele cuspiu algo vermelho como sangue e ressaltou o quanto gostava, enquanto soltava as notas graves e fazia expressões fortes para as câmeras.
Eric Singer também fez um solo de bateria, com toda a estrutura dele subindo e descendo no palco. Ele tocava, fazia malabarismos com as baquetas e interagia com as câmeras que exibiam a apresentação no telão. Além da bateria, ele também cantou e tocou piano durante a apresentação.
Efeitos especiais levam público a loucura
O grande telão posicionado atrás do palco, além de ampliar as imagens da apresentação para quem estava longe poder participar como se estivesse no “gargarejo”, trouxe imagens de videoclipes e shows antigos, traçando uma bela homenagem ao repertório de quase 50 anos do Kiss.
A banda soltou grandes balões brancos sobre o público ao longo da apresentação, mas o auge foi justamente na última música. Fumaça e papeizinhos cortados mudaram o cenário da Pedreira ao som da clássica e mais esperada Rock and Roll All Nite. As 20 mil pessoas pulavam sem parar e ecoavam o refrão que diz o quanto queremos rock and roll todas as noites, e festa todos os dias.
Depois da despedida, a banda deixou uma mensagem no telão: Kiss ama vocês, Curitiba.
Do palco, a banda foi diretamente para o avião. Os músicos decidiram já dormir em São Paulo, onde será a próxima apresentação da turnê de despedida. Na Pedreira eles deixaram para trás um público muito satisfeito. Famílias inteiras deixaram o local acompanhando os filhos, de todas as idades. Muitos presenciaram seu primeiro grande show de rock, e agora seguem o legado do Kiss Army, a legião de fãs da banda que sempre passará a música de geração em geração.