No dia em que o escritor paranaense Dalton Trevisan completa 87 anos, nesta quinta-feira (14), a Biblioteca Pública do Paraná inaugura a exposição fotográfica “A eterna solidão do Vampiro”. Na próxima semana, o Museu da Imagem e do Som do Paraná promove, de segunda a quarta-feira (18 a 20), a Mostra Dalton Trevisan no Cinema, composta por longas e curtas-metragens que transpõem para a tela o universo do escritor paranaense.

Conhecido pelo rigor com que revisa a própria obra, Trevisan autorizou pouquíssimos realizadores cinematográficos a trabalharem a partir de seu universo ficcional, exigindo fidelidade absoluta ao que foi escrito, sem acréscimos, alterações ou adaptações. Somente dois longas e poucos curtas-metragens fazem parte desse raro acervo fílmico, que será exibido quase na íntegra nesta mostra.

Os filmes serão exibidos no Auditório Brasílio Itiberê, a partir das 19h30, e a entrada é gratuita. Todas as exibições serão antecedidas por apresentações a cargo de um conhecedor da área. A sessão de curtas terá a presença dos realizadores, que farão um debate.

Cenários – O fotógrafo Nego Miranda registrou os cenários por onde os personagens de Trevisan circulam, como ruas, praças, fachadas de casas, prédios e outras construções da capital paranaense. “Queria retratar a alma do curitibano, o porão da alma do curitibano. E quem conhece melhor a cidade do que o Dalton?”, comenta Miranda, a respeito de seu projeto que, inicialmente, resultou no livro “A eterna solidão do vampiro” (2010).

Algumas das imagens feitas por Miranda ganham espaço no hall de entrada da Biblioteca Pública, no centro, até 27 de julho. “Minha ideia não foi lançar luz sobre a misteriosa literatura de Dalton, mas sim realçar esse ar sombrio. Quis reforçar essa coisa densa. Por isso, fiz algumas fotos às 4 da manhã, por exemplo. Não é aquela Curitiba do Bondinho, é uma Curitiba pesada”.

Além da exposição, a BPP também homenageou Dalton Trevisan na edição de junho do jornal Cândido. As 32 páginas são dedicadas integralmente à obra do escritor, com ensaios, reportagens, depoimentos, fotografias e ilustrações.

Recém-agraciado com os maiores prêmios da literatura em língua portuguesa (Camões e Machado de Assis), o curitibano Dalton Trevisan é considerado um dos maiores escritores brasileiros vivos.

FOTOS:

A eterna solidão do Vampiro – Exposição de fotografias de Nego Miranda.

Hall de entrada da Biblioteca Pública do Paraná. R. Cândido Lopes, 133.

Horário: 2.ª a 6.ª, das 8h30 às 20 horas. Sábado, das 8h30 às 13 horas.

Abertura: 14 de junho. Até 27 de julho.

Entrada grátis.
FILMES: Mostra Dalton Trevisan

De 18 a 20 de junho

Horário: 19h30

Local: Auditório Brasílio Itiberê (Rua Cruz Machado, 138, Centro. Anexo ao prédio da Secretaria de Estado da Cultura).

Entrada Grátis

Dia 18 de junho, 19h30

Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois – de Flávio Tambellini

Comédia em três episódios, sendo o segundo, “Mocinha de Luto”, a primeira filmagem autorizada de um conto de Dalton Trevisan. Esse episódio foi filmado em Curitiba no início dos anos 70, e diversos lugares conhecidos da cidade servem de locação para a história. Apresentação do jornalista Ayrton Baptista Junior (CBN, Globo.com).

Dia 19 de junho, 19h30

Penélope – de Estevan Silvera

Em Busca da Curitiba Perdida – de Estevan Silvera

Balada do Vampiro – de Beto Carminatti e Estevan Silvera

Três dos raros curtas-metragens feitos com autorização do autor preservam o texto integral dos contos originais. Apresentação do cineasta Fernando Severo (diretor do MIS). Após a exibição será realizado debate com os diretores.

Dia 20 de junho, 19h30

Guerra Conjugal – de Joaquim Pedro de Andrade

Influência confessa no cinema de Pedro Almodóvar, que o viu num festival em Barcelona, Joaquim Pedro de Andrade, um dos maiores diretores do Cinema Novo, entrelaça trechos e personagens extraídos de vários contos de Dalton Trevisan, que assina os diálogos. Foi exibido no Festival de Cannes e recebeu diversos prêmios no Brasil. Apresentação do professor Fabio Francener Pinheiro (Curso de Cinema e Vídeo da FAP).