Uma entrevista com Josh Devine - o músico falou sobre 1D e seu futuro na indústria musical

por TOMMO
Publicado em 25 out 2015, às 21h04.

Com a separação do One Direction, os tabloides e até mesmo os fãs se encheram de dúvidas sobre o futuro dos integrantes e suas carreiras. Nossos parceiros da MTV conversaram com o baterista da banda, Josh Devine, que recém lançou um EP em parceria com Ollie Green, chamado “Through the Fire“. Durante a conversa ele conta sobre sua paixão pela música, sua relação com os garotos da 1D e seus planos para os dias que se seguem nessa carreira solo. Confira abaixo:

Aqui está o que a separação de One Direction significa para o baterista!

Dois meses atrás, One Direction anunciou que iria dar uma pausa em 2016. A maioria presumiu que era o fim: uma maneira mais suave de dizer “hiato indefinido”. Alguns ainda acreditam que o desmembramento está perto – os meninos estão terminando uma turnê no Reino Unido, a que alguns Directioners acreditam ser sua última. Esse é o triste itinerário (pensem positivo, jovens!), mas tem muita coisa rolando ainda no universo da 1D.

O adorado baterista da banda, Josh Devine, está embarcando em algo na carreira solo. O menino talentoso lançou seu EP de estreia em agosto, Through the Fire – é diferente de suas obrigações na banda inglesa, mas é tão igualmente cativante. Nós sentamos com o garoto para um prolongado bate papo, pra realmente chegar ao coração deste novo e empolgante projeto.

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É sempre bom começar pelo começo. Quais são suas primeiras memórias musicais? Como você entrou na coisa e em que ponto você percebeu que queria se tornar um músico, profissionalmente?

Eu comecei a tocar bateria aos 3 anos de idade. Quando bebê eu costumava segurar as baquetas que meu pai deixava espalhadas pela casa e eu batia nas coisas a ponto de minha mãe e meu pai terem que conseguir pequenas almofadas de borracha para colocar no chão para bater, para não acertar seus móveis. Meu pai era cantor em uma banda chamada Seven, que fazia turnês pelo Reino Unido. Minha verdadeira memória mais antiga sobre uma bateria foi um pouco antes do meu quarto aniversário. Meu pai estava no estúdio gravando, e perguntou ao baterista se eu poderia tocar, então eu sentei em seu colo na bateria e toquei! Eu me lembro de ter amado aquilo. Foi tão divertido e eu fiz as batidas muito bem! Deve ter algum vídeo guardado numa caixa em algum lugar na verdade, eu vou ter que desenterrar ele algum dia!

Como você originalmente se ligou aos meninos de One Direction?

Eu surpreendentemente recebi uma mensagem no Facebook do Chris Leonard [que escreve e trabalha junto de artistas como Ed Sheeran] perguntando se eu tinha um fim de semana livre para uma aparição na TV com uma nova boy band, então claro que eu nunca iria querer deixar uma oportunidade dessas passar e eu disse sim! Meio que virou uma espiral depois disso, na verdade. Mais tarde naquela semana, depois da apresentação na TV, eu recebi um telefonema de Jon Shone, o diretor musical, perguntando se eu gostaria de ir e fazer uma audição para a turnê, o que inicialmente eu pensei que seria apenas por alguns meses. Então eu fiz a audição, junto com Sandy Beales [baixo] e Dan Richards [guitarra], e nunca mais parou. Tudo apenas foi ficando maior e mais ocupado, e nós acabamos fazendo turnê pelo mundo por 4 anos direto. Foi uma benção.

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Em qual momento você decidiu embarcar nessa aventura solo?

Eu sempre escrevi pequenas partes de música desde que estava na escola, e eu sempre quis ter a oportunidade de gravar e lançar coisas. No final do ano passado pareceu o melhor momento pra começar a gravar algumas músicas próprias, em que eu poderia livremente expressar o que queria dizer musical e liricamente. Eu comecei a escrever com o meu amigo que conheci durante a primeira apresentação de TV de 1D, Ollie Green, e nós colocamos em algumas demos com a intenção de outros artistas gravarem. Eu toco outros instrumentos também, e Ollie realmente me impulsionou a ser confiante com o fato de cantar e então veio a ideia de realmente nós mesmos gravarmos as músicas. Foi legal me expressar musicalmente sem apenas estar atrás de equipamentos [de bateria], então eu pensei ‘por que não?’, eu tenho toda essa música em mim, é tempo de colocar isso pra fora e ver se alguém gosta.

One Direction tem uma agenda impressionantemente ocupada. Quando você encontra tempo pra escrever?

Sim, é realmente sem parar. Eu na verdade tento e escrevo a cada momento possível. Por exemplo, eu estava em ensaios com 1D em Londres por algumas semanas ano passado. Nós começávamos às 11 da manhã e terminávamos mais ou menos 7 da noite. Então eu ia direto para o estúdio de Ollie das 19h30 até umas 4 da manhã quase toda noite durante os ensaios, que era basicamente o único tempo livre que eu tinha. Era muito produtivo. Nós escrevemos a maioria do nosso EP, Through the Fire, naquele tempo, então valeu 100% a pena. Recentemente, Ollie na verdade tem vindo para algumas das pausas na turnê e nós colocamos um pequeno estúdio no meu quarto de hotel para escrever e arranjar ideias para algum material novo. É tudo sobre tentar manter um equilíbrio e não se desgastar, mas no final, se nós viermos com alguma coisa que nos orgulhe, é válido cada minuto.

Com essa iminente separação deles, você tem alguns planos para apresentar seu material ao vivo? Ou escrever algo por completo?

Sim, se as oportunidades surgirem, eu definitivamente penso que seria legal. Digo, se existem pessoas que iriam vir, nos assistir e nos apoiar fazendo essas coisas, seria rude não tocar alguns shows. É apenas uma coisa completamente nova para nós, cantar e ser o centro das atenções. Ollie está acostumado a produzir e escrever no estúdio, e eu estou habituado a estar atrás da bateria no palco então é um pensamento desencorajador, mas eu acho que nós dois amaríamos. Nós estamos pensando em fazer um álbum completo, estamos constantemente escrevendo músicas individualmente e juntos, então eu acho que definitivamente tem mais material para vir.

Algumas pessoas podem não ver músicos como compositores. Essa falsa ideia parece limitada? Você pensa sobre isso?

As pessoas podem ver quem toca como apenas alguém que toca coisas de outras pessoas, e até mesmo alguns músicos não veem a si mesmos como compositores, mas eu nunca me limitaria! Não tem nenhuma regra, só porque eu toco para uma banda ou em um estúdio não significa que é só o que eu faria pelo resto da minha vida musicalmente. Eu sempre tocarei enquanto eu gostar disso, e tem sido o meu sonho desde que eu era jovem, mas eu sinto que você nunca vai saber o que mais pode fazer se você nunca tentar. Algumas pessoas apenas colocam um rótulo em você tipo ‘oh, você é um músico, como aqueles macaquinhos de brinquedo com címbalos, que tocam e depois desligam até a próxima vez’ mas eu não sou, eu quero ser mais do que o que conquistei até agora. Eu quero continuar alcançando e continuar sonhando. Parece clichê, mas é verdade – eu apenas quero continuar fazendo o que me faz feliz.

Through the Fire foi lançado a mais ou menos um mês agora (e está ótimo!). Como foi a reação? O que o título significa e o que você estava esperando realizar com o EP?

Aw, obrigada! Sim, a reação foi impressionante. As pessoas parecem realmente gostar disso, eu agora estou tendo pessoas vindo até mim em público e, em vez do usual “ei, você é o bateria de One Direction”, agora é “ei, Josh, eu realmente gosto da sua música”. E isso pra mim é uma grande coisa, porque Ollie e eu colocamos tanto tempo e esforço nesse EP. Para alguns dizerem algumas palavras boas sobre isso significa muito. É algo que nós criamos, e as pessoas estão mostrando muito amor. É literalmente o melhor sentimento, os fãs são as pessoas mais importantes no mundo da música. Nós nomeamos o EP depois de uma das faixas que escrevemos pra tentar dar pras pessoas uma percepção positiva das coisas. O verso no refrão é “When I look in your eyes I see a fighter, through the fire” [Quando eu olho em seus olhos eu vejo uma lutadora, através do fogo]. Está dizendo que não importa o quanto você sofra, continue e lute por isso, e perceba que há esperança, vai valer a pena no final. Nossa principal missão com esse EP foi justamente escrever algo que nós curtíssemos musicalmente, e colocar algo por aí que fosse positivo. Foi realmente um ponto que provou pra mim que a música é a minha paixão, seja na bateria, seja cantando, tocando guitarra ou apenas estando envolvido com a composição, é a minha vida.

O que te inspira a escrever?

Literalmente qualquer coisa me inspira a escrever. Tragédia, felicidade, raiva ou frustração, qualquer coisa. Quando eu sento e toco alguns acordes ou se eu tenho uma melodia na minha cabeça, geralmente é qualquer coisa que eu estou passando enquanto pessoa no momento, que define como a música se conclui. Quando escrevo junto com Ollie nós simplesmente jogamos as ideias um para o outro tão rápido e facilmente, que nós poderíamos ter o básico de uma música pronto na metade de um dia, é ótimo. É ótimo ter alguém que está na mesma onda.

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Você tem alguns objetivos principais com esse projeto? Você está esperando fazer turnê?

Basicamente eu iria adoraria estar em turnê fazendo esse projeto e também na minha própria banda. Eu poderia alegremente continuar fazendo turnê, eu amo estar na estrada. Eu vou continuar escrevendo música e sendo parte de fazer música, para mim ou para outros. Enquanto tiver demanda pra isso, eu continuarei!

Além do óbvio, como esse projeto se difere das suas responsabilidades com 1D?

A coisa com 1D é uma liga completamente diferente, eu sou abençoado por ser capaz de tocar bateria para as quatro estrelas mais requisitadas do planeta. A principal coisa pra mim é que, em vez de alguém dizer o que tocar, eu posso ser criativo no meu próprio jeito. A única maneira que eu posso descrever isso é como ir de empregado para um profissional autônomo. Com 1D, obviamente tem esse turbilhão e esse enorme time de pessoas que vêm ao ser a maior banda do mundo. Com esse projeto, é apenas Ollie e eu. Nós damos as ordens, mas nós não temos tanto poder. Mas espero que isso se dê no tempo em que tudo virá, pois agora nós estamos apenas vendo o que acontece e se divertindo com isso.

O que o futuro reserva?

Eu suponho que estou aberto pra qualquer coisa. Eu tenho alguns planos traçados para o ano que vem com coisas que estarei fazendo, mas eu estou somente esperando pra ver quão loucas e imprevisíveis as coisas acontecem. Se é pra fazer turnê com uma outra banda, minha própria banda, ou fazer sucesso em estúdios como um baterista, eu estou apenas empolgado e privilegiado por estar fazendo o que estou fazendo. A vida é uma benção!

 

Fonte: MTV | Tradução: Edilayne Ribeiro – TOMMO.com.br