Anjos de Plantão: Central Regional e SAMU aeromédico completam 5 anos em Maringá
Pioneira e vista como referência no Paraná e também em outros estados, a Central Regional de Emergência de Maringá completa nesta sexta-feira (26) cinco anos de atuação. Criada para integrar e agilizar os atendimentos médicos de urgência, a unidade é exemplo de união entre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Corpo de Bombeiros. A central conta não apenas com as ambulâncias dos dois órgãos, mas também com um helicóptero para agilizar ainda mais o socorro em toda a região noroeste do estado.
A Central Regional de Emergência de Maringá foi a primeira criada no Paraná, em 2018. Inspirada nas centrais de atendimento dos Estados Unidos, o órgão logo virou referência. Gestores de vários estados já visitaram a unidade para conhecer o sistema, que integra o SAMU e os bombeiros em um mesmo local. No Paraná, Londrina e Cascavel também ganharam unidades semelhantes, depois do sucesso de Maringá.
“Os bombeiros não tinham ambulâncias na época e dependiam de viaturas cedidas pelas prefeituras, por exemplo. Por isso, infelizmente muitas pessoas perdiam a vida por falta de estrutura. Então esta foi a ideia que tivemos: melhorar o acionamento das equipes de socorro e o atendimento à população”, destaca Sérgio Aparecido Lopes, tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros e que foi um dos idealizadores da central regional.
Esta integração é importante sobretudo por alguns motivos: um deles é que muitos não sabem que SAMU e bombeiros têm atribuições diferentes. Em resumo, os bombeiros atendem situações de trauma, resgates e salvamentos, como acidentes e incêndios. Já o SAMU cuida de casos clínicos, como infartos, fraturas, sangramentos e quedas. Outro motivo é que, em uma situação de emergência, é difícil lembrar destas diferenças para quem precisa de socorro.
“Quando há um acidente, por exemplo, algumas pessoas podem ligar para o SAMU e outras para os bombeiros. Com a central integrada, informações de diferentes instituições vão se complementar. Com isso, temos melhores informações a respeito da situação. E quanto melhores forem as informações, mais ágil será o nosso atendimento”, diz o tenente Alex Boni, do Corpo de Bombeiros.
A central funciona como uma espécie de ‘quartel general’, recebendo as ligações da população, monitorando todas as ambulâncias da região e acionando o veículo mais próximo do chamado, de acordo com a atribuição de cada órgão.
Helicóptero
Implementado juntamente com a Central Regional, o resgate aeromédico também completa cinco anos neste mês em Maringá. Nesse período, foram 2.880 horas de voo com o helicóptero, em quase 3 mil atendimentos.
Assim que é acionado, o helicóptero alça voo em segundos, chegando às cidades mais distantes do noroeste do Paraná em poucos minutos. Esta agilidade no salvamento pode representar a chance de sobrevivência de uma pessoa.
“Um paciente com parada cardíaca, depois de quatro minutos, já pode começar a ter algum dano cerebral por falta de oxigênio”, explica Maurício Lemos, médico do SAMU.
O salvamento via helicóptero é um serviço que se tornou essencial para salvar vidas, mas que ainda não faz parte de uma política pública de estado, ou seja, que não está previsto em lei ou decreto. Desta forma, o serviço aeromédico do SAMU não tem garantia de ser mantido independentemente do governo no poder.
A incerteza preocupa os integrantes do serviço. “Com certeza os nossos governantes apoiam muito a operação do atendimento aeromédico do SAMU e acredito que eles já devam estar pensando em manter este serviço respaldado por uma lei. É um serviço que veio para ficar”, diz Maurício Lemos.
Quanto vale uma vida?
Um resgate de helicóptero custa em média R$ 13 mil aos cofres públicos. Este valor inclui o valor do helicóptero, sua manutenção e combustível, além do salário do piloto e equipe. O valor pode parecer alto, mas este pode ser o custo da sobrevivência de uma pessoa ou da garantia de que ela irá sofrer as menores consequências possíveis de um acidente. Isso se reflete, entre outras coisas, em um menor tempo de uso de um leito de UTI, por exemplo, que custa R$ 2,5 mil em média por dia.
“Uma melhor assistência faz com que haja um menor tempo de internação, levando a um menor custo para os cofres públicos. Então o custo é irrisório perto dos benefícios que o helicóptero do SAMU já proporcionou para a população”, aponta o médico Maurício Lemos.
Vidas salvas
Entre tantos salvamentos realizados pelo helicóptero do SAMU na região, um dos mais recentes aconteceu em Guaporema. O helicóptero salvou a vida de um garotinho de apenas 10 anos em outubro deste ano. Pyetro Kaylan de Oliveira foi atropelado por um ônibus e ficou preso no rodado do veículo. O helicóptero chegou rápido no local e os profissionais imediatamente iniciaram o resgate difícil.
Outro salvamento aconteceu em Doutor Camargo, também no noroeste do Paraná. Kendi Lucas, de 7 anos, teve as vias aéreas obstruídas e traumatismo craniano após ser atingido por uma trave de futebol que estava solta em um campo. Por conta da agilidade no atendimento, ele rapidamente recebeu suporte médico e pode se recuperar.