Repórteres do Grupo RIC contam tudo sobre a profissão

Publicado em 16 fev 2023, às 12h01. Atualizado às 12h20.

Ser repórter é ter uma profissão árdua que exige muito empenho do profissional. Às vezes é necessário trabalhar por mais de 24 horas sem parar, outras é preciso segurar a emoção e seguir noticiando os fatos, mesmo com toda tristeza que toma o peito. Que o dia a dia da reportagem proporciona para os jornalistas experiências das mais variadas possíveis, todo mundo sabe. Mas neste dia 16 de fevereiro, o RIC Mais resolveu contar em detalhes as experiências mais marcantes dos profissionais do Grupo RIC.

Lucio André, repórter e apresentador da RICtv, relata que um dos casos que mais marcou sua carreira jornalística foi uma situação de assassinato que aconteceu em Curitiba. “Um dos casos mais chocantes que cobri foi o registrado em 2 de maio de 2022. O policial federal Ronaldo Massuia se desentendeu em uma casa noturna, saiu de lá, foi até um posto de combustíveis, que fica no fim da rua Sete de Setembro, e lá se desentendeu na fila. Voltou até o carro, pegou a arma e atirou várias vezes em clientes que estavam ali. As imagens são impressionantes, pelo menos três pessoas foram baleadas e uma delas morreu no local“.

Tragédias

Erick Mota, por exemplo, repórter da RICtv e editor chefe do portal RIC Mais, conta que no jornalismo o imprevisível muda completamente a rotina da reportagem. Ele lembra que era uma segunda-feira normal, em que chegou na redação às 13h para cobrir a Assembleia Legislativa. Quando deu 20h e ele iria bater o ponto, foi alertado de uma urgência: BR-376 sofreu um deslizamento e teve carros soterrados. “Minha chefe perguntou se eu poderia ir até o local conferir a dimensão da tragédia e falei que sim”, conta. Resultado? Erick só foi parar para descansar às 22h da terça-feira, comprou roupas e ficou por lá durante uma semana.

E quando uma tragédia desta dimensão acontece, a cobertura dela impacta vários profissionais. Jonathas Bertaze, estagiário do RIC Mais, estava na redação filtrando e apurando as informações que entraram no portal. “Mesmo eu não produzindo matéria sobre o caso no dia, foi muito importante. Pois fiquei até às 2h da manhã com a Giselle Ulbrich [editora do portal], auxiliando na publicação de matérias nas redes sociais e na apuração”.

A editora do RIC Mais Giselle Ulbrich conta que uma das coberturas que mais impactou sua carreira foi chegada do Coronavírus ao Brasil e ao Paraná. Ela revela que, no início da pandemia, as emissoras não sabiam quais eram os melhores procedimentos a serem tomados para seguir produzindo conteúdo sem colocar em risco seus profissionais e entrevistados. “Capengamos no começo com as entrevistas online, até encontrarmos tecnologias que nos atendessem com mais qualidade[…]. Foi a mais longa e dolorosa cobertura que já fiz na RICtv”, compartilha.

Repórter da RICtv e apresentadora da Jovem Pan News Curitiba, Beatriz Frehner conta que, em 2017, quando ainda era iniciante na carreira de repórter de rua, viveu dias que a marcaram para sempre. “A penitenciária estadual de Cascavel entrou em rebelião pela segunda vez. Foram dias seguidos de uma cobertura intensa, muitos links ao vivo, reportagens, apuração difícil e a busca pelas melhores imagens. O cansaço, o perrengue com chuva, lama, sol e as estratégias pra tentar chegar mais perto da notícia. Essa foi a cobertura que mais me marcou, não só pela gravidade do fato, mas também pelo tanto que eu pude aprender”.

E já que estamos falando de rebelião, a repórter Aline Cristina, do portal RIC Mais, também relata que a cobertura que mais impactou sua vida profissional foi em presídio. “As 45 horas de rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), em 2014, foi uma das coberturas mais marcantes que eu acompanhei. A rebelião é considerada uma das mais sangrentas do estado e foi palco de atrocidades que terminaram com a sede penal totalmente destruída, cinco mortes e 25 pessoas feridas. Além disso, dois agentes foram feitos reféns. Ficamos praticamente acampados ao redor do local redigindo matérias o tempo todo”.

O jornalista do portal RIC Mais Eduardo Teixeira lembra que os assuntos que impactam a população também mexem com os repórteres. “Estar dentro de um Tribunal do Júri, presenciando o julgamento de um dos casos que mais marcou o Paraná, com certeza foi marcante para mim. Uma mulher é condenada a mais de 18 anos de prisão por matar o marido. Após 5 anos, ela sentava no banco dos réus. O desafio foi contar todos os desdobramentos dessa história, e ver de perto os dois lados de quem sofre pela tragédia”, relata.

Bruna Froehner, repórter da RICtv, conta que quando o jornalista cobre casos que relatam a crueldade que o ser humano pode chegar, isso leva a uma reflexão: “Faz a gente pensar na humanidade, em como a natureza humana pode surpreender de modo negativo”.

Coberturas que aquecem o peito

E se a cobertura de tragédias é difícil, conseguir mudar a vida das pessoas para melhor é reconfortante. A repórter e apresentadora Thais Travençoli, que volta e meia conta histórias lindas na telinha, defende que “ser repórter é acreditar, emocionar, surpreender, se indignar, ser capaz de informar com o coração, seja qual for a notícia. Viva o dia daqueles que não cansam de correr pela informação, e que ela chegue para todos”.

Na mesma entoada, o repórter Marcelo Borges, que está no grupo RIC há mais de dez anos, relata que “quando você recebe um ‘muito obrigado’ é um combustível para seguir trabalhando”. Recentemente ele fez uma reportagem sobre o furto de uma moto e uma semana depois recebeu um áudio do rapaz “chorando e agradecendo porque a moto dele tinha sido encontrada”.

Já Lucian Pichetti, repórter da RICtv, lembra com muito carinho de coberturas emocionantes que fez. “Quando o assunto é mãe, não tem coração que não amolece”, conta.

O começo da carreira

E se um dia a correria das grandes coberturas acabam virando rotina, nem sempre é assim. Valéria Silva é estagiária do RIC Mais e acabou de ter contato com essa realidade. Seu momento de destaque foi durante a cobertura das eleições de 2022. “Fizemos muitas rondas, apuramos informações e, assim, entregamos uma cobertura em tempo real dos fatos que ocorriam na cidade. Diante de toda a correria e as novidades – pelo menos pra mim – este dia se tornou muito marcante”, declara.

O mesmo aconteceu com Maria Eduarda, estagiária do portal. Ela conta que a primeira matéria que fez sobre um “escândalo político” a marcou muito. “Também foi a primeira vez que consegui apurar e entrevistar os vereadores antes de outro veículo de comunicação. Tudo isso fez eu me lembrar que estou no caminho certo e que é necessário jogar luz em algumas situações que poderiam ficar escuras, como nesse caso, que foi um desrespeito com a população de Jataizinho”, diz a estudante de jornalismo.

Cobertura política

Seguindo no campo da política, o repórter Renan Vallim conta que uma das coberturas mais marcantes que fez aconteceu em 2013. “Foi a descoberta de diários oficiais do município de Apucarana sendo utilizados para forrar caixões na Autarquia de Serviços Funerários da cidade. A apuração descobriu que a prática teria ocorrido entre 2008 e 2012, atentando contra a transparência da administração municipal. A série de reportagens, chamada Diários do Além, se tornou pauta em todo o país, sendo reproduzida em telejornais de abrangência nacional”.

E quando os serviços públicos não são entregues para a população? O jornalismo entra em cena! Isso aconteceu com Leandro Bernardi, que fez “jornalismo de dados, sobre a disposição dos 39 centros esportivos de Curitiba”. “Descobri que pessoas precisam se deslocar 10km se quiserem praticar esportes em locais públicos. Deu trabalho escavar os dados e para conseguir mapear tudo, mas prefiro entregar uma produção gigante e um trabalho fera”, diz.

Experiências

Ser jornalista também é ter oportunidade de vivenciar experiências únicas. Luciano Balarotti é editor no portal RIC Mais e conta que acompanhar os treinos da Seleção Espanhola no Centro de Treinamento do Caju foi um dos pontos mais marcantes de sua carreira. “Tive a oportunidade de vivenciar o dia a dia de alguns dos principais jogadores do futebol mundial à época, além de ter um contato próximo com grandes jornalistas brasileiros e estrangeiros”.

Falando em oportunidades únicas, o estagiário do RIC Mais Arion Wolff mostra que ser jornalista é se conectar com várias realidades. Ele pôde conhecer a aldeia urbana Kakané Porã, em Curitiba, e aprendeu o “estilo de vida deles na cidade e como é difícil tentar deixar vivo o legado cultural do seu povo enquanto precisam lutar para sobreviver na realidade atual […]. Na época eu me assustei em não conhecer nada sobre eles, isso abriu um pouco meus olhos para a existência de indígenas em Curitiba e como eles estão persistindo para manter a cultura e a tradição vivas, mas ao mesmo tempo se atualizando”.

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