Paranaense reencontra família 39 anos depois de ser vendido pelo próprio pai

por Carol Machado
Com informações da Folha de Campo Largo
Publicado em 9 nov 2022, às 11h17. Atualizado às 11h18.

O paranaense Gilberto Leite, de 41 anos, foi vendido pelo próprio pai quando tinha apenas dois anos de idade para um desembargador de Curitiba. Somente aos 14 anos de idade ele descobriu que não era filho biológico da família com quem vivia e que seu nome era Dominique. Gilberto Leite é morador de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba e sua história ganhou repercussão estadual.

A história de Gilberto foi contada no portal Folha de Campo Largo, em 2019, o jornal local informou que Leite procurava pela família biológica, mas somente em 2021 ele finalmente conseguiu realizar o tão sonhado reencontro. A história de vida de Gilberto repercutiu recentemente pelas redes sociais.

Os pais adotivos contaram para ele que os pais biológicos tinham morrido em um acidente de carro e que a avó não quis cuidar dele e com isso foi colocado para adoção.

Gilberto decidiu contar sua história de vida nas redes sociais. Mas somente na terceira vez em que publicou o caso que obteve retorno com mais de 11 mil compartilhamentos. A repercussão pela mídia local o ajudou a reencontrar a família.

“Fiz uma publicação com a minha foto antiga na região de Campo Largo e deu mais de 12 mil compartilhamentos. No final do ano passado, uma menina entra em contato comigo e fala que o tio dela tinha uma história semelhante de um irmão desaparecido com 02 anos há quase 40 anos e aquela esperança acendeu para mim”, disse Gilberto a Folha.

Gilberto marcou um encontro com o tio da mulher e todos tiveram certeza de que ele era da família. Um exame de DNA foi feito e confirmou que Gilberto era parte da família.

“Quando eu vi a foto dele, logo notei a semelhança e fiquei ainda mais na expectativa, ansioso. Quando nos falamos por telefone, foi a voz. Para ele, eu era o irmão dele perdido, ele tinha plena certeza e não precisava nem de DNA. Eu sou mais novo, então ele tem mais lembrança do que aconteceu, então me contou o que sabia. Eles moram no Boqueirão, então descobri que eu sou curitibano. Naquela conversa descobri muitas coisas que me impactaram muito, sobre a minha história e sobre a minha vida. Foi difícil saber de tudo e ainda é”, comentou.

O pai biológico de Gilberto pediu perdão e justificou a venda do filho dizendo que achou que fez o que acreditava ser o correto na época, pois a família estava passando por dificuldades financeiras. A mãe biológica não sabia da venda do menino e nunca deixou de procurá-lo.

“Não foi fácil para ela, não foi fácil para mim. Eu vejo hoje o meu filho, que tem 02 anos e 06 meses, a mesma idade que eu tinha quando fui tirado da minha família, e fico pensando em tudo o que eu passei. Quantas vezes eu chamei por aquelas pessoas e elas não estavam mais comigo? Minha mãe passou noites em claro à minha espera. Quantas coisas nós poderíamos ter vivido juntos e não vivemos. Mas agora temos muito o que viver. Ainda é tudo muito novo para todos nós, mas tenho me sentido cada vez mais parte da família”, relatou.

Apesar de todos os anos de separação, Gilberto agora comemora que pode estar com a família.

“Logo eu, que achava ser sozinho no mundo, descobri que tenho mãe, pai, avós, tios, tias, 15 irmãos e muitos sobrinhos. Meu irmão que faleceu colocou o nome do filho dele em minha homenagem, Dominique. Agradeço a Deus por ter conseguido solucionar esse mistério que tinha no meu coração. Agora o amor transbordou em minha vida”, finalizou.

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